AFP – Cuba registrou nesta semana números recordes de casos e mortes por covid-19 desde o início da pandemia, em meio a “grandes desafios” econômicos e sanitários, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (28).
A diretora da Opas, Carissa Etienne, afirmou que as taxas de infecção e mortes são as mais altas na ilha caribenha desde que foi declarada a emergência sanitária global pelo coronavírus no início de 2020.
“Todas as faixas etárias estão afetadas: na última semana, mais de 7.000 menores e quase 400 mulheres grávidas deram positivo à covid-19”, disse em coletiva de imprensa.
“A transmissão da covid-19 continua muito ativa em Cuba”, afirmou o diretor de Emergências em Saúde da Opas, Ciro Ugarte, destacando o aumento da ocupação de leitos em centros médicos e hospitais de campanha instalados nas províncias mais afetadas.
Segundo as autoridades cubanas, o aumento das infecções se deve à variante Delta, altamente contagiosa e que circula em várias partes do país, acrescentou.
A Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que o número de casos permaneça alto em Cuba em agosto e alertou sobre outros problemas sanitários na ilha.
“Sabemos que (…) Cuba enfrenta grandes desafios econômicos. No setor da saúde, nos últimos meses, houve uma redução significativa da disponibilidade de medicamentos e suprimentos essenciais para a covid-19, mas também para outras doenças em todo o país”, destacou Ugarte.
“Esperamos que o país consiga reduzir a transmissão e o número de casos, mas os desafios continuam”, acrescentou.
Cuba registrou nas últimas duas semanas cerca de 870 casos de covid-19 a cada 100.000 habitantes, ocupando o primeiro lugar na América Latina e o sexto no mundo por quantidade de casos, segundo dados oficiais coletados pela AFP.
Na semana de 22 a 28 de julho, registrou um recorde de 57.524 casos, um aumento de 30% em relação à semana anterior, e 488 mortes (+18,2%).