AFP – O embaixador dos Estados Unidos no México, Ken Salazar, acusou nesta terça-feira os líderes de uma caravana de migrantes que percorre há mais de duas semanas o território mexicano de fazer dinheiro para traficantes de pessoas e criminosos.
“Os organizadores dizem que fazem algo para os direitos humanos. Na verdade, o que fazem é dinheiro que vai para os traficantes e criminosos”, afirmou o diplomata em entrevista coletiva. Estados Unidos e México “irão trabalhar juntos para que isso não aconteça”, acrescentou Salazar, um dia depois que seu país reabriu as fronteiras com o México e o Canadá para cidadãos vacinados contra a Covid-19.
A caravana reúne mais de mil pessoas que partiram em 23 de outubro de Chiapas e é liderada pelos ativistas mexicanos Irineo Mujica e Luis García Villagrán. Em vídeo divulgado ontem nas redes sociais, Mujica diz que organiza outra caravana, maior, que partirá no dia 18 para Sonora, na fronteira norte do México.
Autoridades mexicanas acusam Mujica e García de terem recusado ofertas de atendimento médico e apoio em trâmites migratórios para as gestantes e crianças que participam da marcha. Os ativistas recusam as ofertas porque as mesmas significam retornar a Tapachula, na fronteira com a Guatemala, por onde entram milhares de migrantes e que é vista como “uma prisão”, uma vez que as opções de realizar trâmites e conseguir emprego ou moradia são escassas.
Em seu trajeto, a caravana entrou em confrontos com as forças de segurança, que deixaram migrantes feridos e dezenas de detidos.
Milhares de migrantes, principalmente centro-americanos e haitianos, fogem da violência e da pobreza em seus países e tentam chegar aos Estados Unidos, um fluxo que acelerou em 2021. Segundo dados oficiais, 1,3 milhão foram detidos na fronteira sul dos Estados Unidos desde a chegada do presidente Joe Biden à Casa Branca, em janeiro, um número que não era registrado há duas décadas.