Eliana Pereira Ignacio –
Olá, meus caros leitores hoje início com uma pergunta: Vocês sabem o que é ser um pai ou mãe-helicóptero? Segundo estudiosos, pais-helicópteros são aqueles que estão controlando continuamente o seu filho, que lhe diz como deve brincar, como guardar suas coisas, como agir, entre outras determinações. Muitos pais agem desta maneira acreditando que estão fazendo o melhor para os seus filhos, poupando-os de passar por situações desagradáveis e virem a sofrer de alguma forma.
Os pais agem com um olhar de amor e zelo sem perceber que na verdade estão agindo como pais super protetores e ultra controladores, podem ter um efeito muito negativo, capaz de afetar o desenvolvimento da criança para lidar de forma correta com suas emoções e comportamentos, gerando várias consequências negativas, dentre elas: não controlam suas alterações de humor, seus sentimentos, apresentam uma fragilidade na hora de enfrentar os desafios de cada etapa do crescimento.
As crianças precisam de cuidadores que lhes sirvam de guia na hora de entender o que acontece com elas. Pesquisas apontam que filhos que têm pais-helicóptero são menos capazes de lutar com os desafios exigidos pelo próprio crescimento e que podem reagir de maneiras diferentes.
Alguns se tornam desafiadoras com relação aos pais, outros simplesmente apáticos ou se mostram muito frustrados. Passando a usar a frase: Eu não consigo. Eu não sou capaz.
Não existe uma balança que pode apontar o peso ideal de como os pais devem agir, mas pode estimar que, os pais devem: – Ser sensíveis às necessidades de seus filhos, reconhecendo quais são suas capacidades na hora de encarar diferentes situações. – Orientar a criança, sem interferir nem solucionar o problema, para que ela consiga o objetivo a que se propõe, orientando-lhe que pode se virar sozinha, o que a levará a um melhor desenvolvimento da sua saúde mental e física e a melhores relações sociais e resultados escolares. – Não limitar as oportunidades das crianças. – Ajudar seus filhos a controlarem suas emoções, conversando com eles sobre como entender seus sentimentos e explicando-lhes que os comportamentos podem resultar de certas emoções, assim como as consequências que as diferentes reações podem acarretar. – Também podem ajudar seus filhos a identificar estratégias de confrontação positivas, como respirar fundo, ouvir música, colorir ou se retirar para um lugar tranquilo.
Os pais devem ser um bom exemplo para seus filhos utilizando estratégias de confrontação positivas, na hora de lutar com suas próprias emoções e comportamentos quando estão incomodados ou irritados.
Tais conclusões salientam a importância de educar os pais, frequentemente bem-intencionados, sobre o apoio à autonomia de seus filhos perante os desafios emocionais Efetivamente, os principais efeitos da superproteção são que ela não deixa que os filhos aprendam por si mesmos a resolver os problemas do seu dia a dia.
Ao não desenvolverem tais habilidades, normalmente eles têm mais propensão a serem mais ansiosos e a terem mais dificuldades de regulação emocional. Segundo Jesus Matos, mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, diz que: “Se em lugar de fomentar a autonomia optamos pela superproteção, estamos criando crianças muito dependentes, que irão sofrer mais na hora de enfrentar as dificuldades inerentes à vida, por não terem ninguém que as resolva.”
Portanto, as chaves para a educação são o apoio e os limites, não a superproteção. Tudo bem, os pais ajudarem seus filhos a resolverem certos problemas, mas devem sempre tentar envolvê-los na tarefa. Para que eles entendam que há uma relação entre esforço e recompensa. Desta maneira, pouco a pouco os pais conseguirão fomentar a autonomia dos filhos.
Obviamente, sempre é preciso levar em conta os perigos potenciais que podem aparecer, e se manter precavido contra eles. Uma boa maneira de proteger com controle é falar com outros pais, professores, buscar ajuda especializada, para estabelecer limites aproximados do que cada idade e particularidade da criança tem condições de enfrentar.
Não se pode pretender que os filhos de quatro anos encarem problemas como os de 12. É fundamental dar autonomia às crianças, permitindo que desenvolvam suas emoções e comportamentos porém devendo agir de forma adequada. Eva Millet, autora do livro Hiperniños ¿Hijos Perfectos o Hipohijos? (“hipercrianças: filhos perfeitos ou hipofi lhos?”) E enfatizava que, para ela, “a criação na atualidade é monstruosamente intensiva. A superproteção infantil produz crianças-altar, o que a transforma em hipocrianças, meninos e meninas que não sabem se defender, que não são autônomos, porque já recebem tudo pronto. Recebem tudo resolvido.”
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviara dele Pv. 22:6. Até a próxima semana!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com