Da Redação – O jornal britânico “Mail on Sunday”, publicou no domingo (24), um artigo em que um parlamentar conservador acusa a vice-líder do Partido Trabalhista, a parlamentar Angela Rayner, de tentar distrair o primeiro-ministro Boris Johnson quando ele estava falando ao Parlamento e, de acordo com a publicação, a descruzada de pernas ocorre após Rayner confrontar o primeiro ministro e retornar a seu acento e quando Boris Johnson começa a responder suas indagações, ela então teria descruzado as pernas para que o ministro “perdesse a concentração” .
O artigo do “Mail on Sunday” também diz que é uma tática equivalente à da personagem da atriz Sharon Stone no filme “Instinto selvagem”, de 1992. No filme, Sharon Stone interpreta uma mulher suspeita de assassinato e durante um interrogatório, ela ‘desvia a atenção dos homens’ que estão recinto ao cruzar e descruzar as pernas, no filme, ela usa uma saia sem outras vestimentas por baixo.
O texto do jornal afirma, a deputada britânica, faz uma versão “totalmente vestida” dessa ação quando Boris Johnson está no Parlamento.
Rayner, a deputada citada na reportagem, disse que os apoiadores de Johnson estão empregando calúnias pervertidas e desesperadas.
“Sou acusada de empregar um ‘plano’ para distrair o ‘indefeso’ primeiro-ministro sendo uma mulher, ter pernas e usar roupas. As mulheres na política enfrentam o machismo e a misoginia todos os dias, comigo não é diferente”, ela afirmou.
Rayner é de uma família de classe trabalhadora do norte da Inglaterra, mãe solteira, deixou a escola aos 16 anos, e entrou na política pelo movimento sindical.
Johnson criticou o artigo. No Twitter, ele afirmou o seguinte: “Por mais que eu discorde de Angela Rayner em quase todos os temas políticos, eu a respeito como uma parlamentar e deploro a misoginia dirigida a ela de forma anônima hoje”.
Nesta segunda-feira (25), Johnson afirmou que entrou em contato com Rayner por causa do artigo. Ele voltou a criticar o texto, que chamou de machista, misógino e espantoso.
Uma outra parlamentar, Caroline Nokes, membro do Partido Conservador e líder do Comitê da Mulher e da Igualdade, afirmou que pediu ao líder do Parlamento, Lindsay Hoyle, que a Casa faça uma moção de censura ao jornalista que escreveu o artigo, Glen Owen.
Hoyle afirma que convocou o editor do jornal para discutir o artigo. Segundo ele, a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia, mas que publicar comentários misóginos e ofensivos só serve para desestimular mulheres que querem concorrer a cargos, o que prejudica a todos.