Da redação – As famílias das vítimas do tiroteio em massa ocorrido em 24 de maio deste ano na Robb Elementary School em Uvalde, Texas estão entrando com uma ação coletiva de US$ 27 bilhões contra várias agências governamentais, a policia local o distrito escolar e o fabricante da arma usada no ataque. De acordo com o advogado especialista em direitos civis, Charles Bonner, a ação coletiva pretende processar qualquer pessoa que tenha alguma responsabilidade pelo massacre que vitimou 19 estudantes com idades entre 9 a 11 anos e dois professores que foram mortos pelo atirador Salvador Ramos, de 18 anos, que entrou na escola e abriu fogo com uma arma tipo AR-15.
O advogado disse que o processo incluirá o Distrito Escolar de Uvalde, o fabricante de armas Daniel Defense, fabricante da arma modelo AR-15 que foi usado pelo atirador bem como a loja de armas Oasis Outback, onde Ramos conseguiu comprar a arma legalmente.
O processo também incluirá todas as diferentes agências de aplicação da lei que responderam à cena do tiroteio em massa que não foram eficientes em deter o atirador, incluindo o Departamento de Segurança Pública, a Polícia Escolar de Uvalde e a Polícia Municipal de Uvalde.
“O que pretendemos fazer (é) ajudar a servir esta comunidade, e isso é entrar com uma ação de direitos civis de US$ 27 bilhões sob nossa Constituição dos Estados Unidos, única em todo o mundo”, disse Bonner à KSAT.
Ele também espera que isso ajude a evitar que outros tiroteios em massa aconteçam no futuro.
“Todo mundo está sofrendo e sangrando com o que está acontecendo aqui em Uvalde. E cabe a nós garantir que isso não aconteça novamente”, disse ele.
O enorme processo, que também envolverá a organização de segurança de armas Everytown, deve ser iniciado em setembro, depois que o Departamento de Justiça dos EUA divulgar as conclusões de sua investigação sobre o massacre.
No mês passado, o comitê da Câmara do Texas que investiga o massacre divulgou seu relatório onde citou falhas de quase todas as autoridades que atenderam a ocorrência.
O relatório de 77 páginas do comitê da Câmara do Texas revelou que 376 policiais foram à Escola Primária Robb para responder ao que se tornou o pior tiroteio em massa na história do Texas.
Entre eles estavam 149 policiais de fronteira dos EUA, 91 policiais estaduais, 25 policiais de Uvalde, 16 delegados do xerife e cinco policiais escolares de Uvalde.
Os restantes eram agentes federais da Agência antidrogas, federais e policiais que responderam de condados vizinhos.
No relatório condenatório, a resposta da polícia foi descrita como “caos” onde não havia liderança clara e os oficiais no local “não priorizaram salvar a vida de vítimas inocentes sobre sua própria segurança”.
Como resultado da falta de liderança local, indica o relatório da comissão, 77 minutos se passaram do momento em que o atirador entrou na escola às 11h33 e começou a atirar até o momento em que uma unidade de elite da Patrulha de Fronteira finalmente invadiu a sala de aula e atirou nele às 12h50.