Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores, estamos na semana que se celebra o amor, a palavra amor é uma das mais utilizadas entre os seres humanos, e talvez uma das mais importantes. As pessoas nomeiam muitas coisas de amor: a relação com Deus, o ato sexual, o sentimento dos enamorados, o cuidado com os filhos, o cuidado com os pets.
As pessoas chamam muitas coisas de amor, sentimentos diversos, talvez isso gere tanta dúvida. Simpatia, empatia, compaixão, identificação, atração, prazer sexual, afeto, carinho, companheirismo, coleguismo, tudo isso muitas das vezes é nomeado como amor, talvez porque esses sejam comportamentos esperados de quem diz amar.
Mas, como nem sempre esses sentimentos isolados podem ser considerados amor, então utiliza-se uma palavra com valor semântico inferior: “gostar” para dizer que se ama menos. Não existe uma medida, uma maneira para mensurar o amor, vai além das concepções humanas, talvez essa característica transcendente e metafísica do amor seja o que faz dele belo, e inspiração para os poetas e amantes e de forma geral o amor em sua intensidade traz a amizade.
Entende-se por amizade uma relação íntima entre duas pessoas, e essa relação se realiza espontaneamente, tendo como característica um forte componente afetivo. O encontro da amizade é entendido como um relacionamento de confiança entre as pessoas. Normalmente, essas duas pessoas são beneficiadas na amizade, e nesta estão envolvidos valores éticos, sociais, afetivos e morais.
A amizade dentro de uma perspectiva científica é compreendida como uma importante fonte de felicidade e bem-estar. Ela proporciona o apoio social, o compartilhamento de experiências, interesses, memórias, pensamentos, sentimentos e emoções.
Historicamente, o ser humano sempre necessitou do contato social. Quando se viam desprotegidos dentro do ambiente, homens e mulheres buscavam o contato coletivo, pretendendo proteger-se dos muitos perigos externos. Eles percebiam que sozinhos teriam maior probabilidade de morrer. Nesse sentido, o contato com outros sempre trouxe a perspectiva de apoio e proteção.
O ser humano precisa construir boas amizades. Assim, desde muito cedo, está claro para a humanidade que não somos seres solitários, somos, antes, sociais, pessoas que necessitam, constantemente, do outro; e assim somos mais felizes. Na amizade, vivemos uma dimensão muito importante, que é constitutiva do ser: a afetividade, na qual, podemos manifestar e experimentar o amor, o carinho e muitos sentimentos e com portamentos que nos tornam mais humanos.
O apoio de uma amizade, neste mundo “mais que moderno”, é muito importante, pois se tornou fonte de segurança externa como também apoio emocional, uma cumplicidade e companheirismo. Quando temos alguém para confiar os nossos segredos, sonhos, dificuldades pessoais e problemas de vários gêneros, não nos sentimos sozinhos no mundo. O acolhimento de um outro nos faz acreditar que somos importantes, portanto, as dificuldades, quando compartilhadas, tornam-se menores, minimizadas e, assim, podemos ver saídas, ter esperança.
Pesquisas apontam que a pessoa que tem amigo ou amigos apresenta menor propensão ao consumo de cigarros e álcool, como também menor chance para desencadear uma depressão ou mesmo algumas doenças físicas. O amigo pode ajudar o outro na manutenção de uma mudança de vida, como também pode mobilizá-lo para outras. As relações de amizade permitem ao indivíduo o aprendizado de habilidades sociais ao longo de todo o ciclo vital, infância, vida adulta e velhice.
Em cada momento da nossa vida, experimentamos a amizade de uma forma específica, e ela é valiosa para o nosso amadurecimento pessoal nessas etapas. Se, porventura, percebermos que temos dificuldades para ter amigos, perceberemos também que o ativismo diário tem nos distanciado dessa forma íntima e importante de relacionamento, ou alguma experiência negativa nos fez desacreditar. É tempo de voltarmos a nos abrir para o encontro com um amigo, pois ele é uma riqueza para nossa vida.
Parafraseando Isabel Machado que diz “Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir, porque amigo não se pede, não se compra nem se vende. Amigo a gente sente!”.
O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. Provérbios 17:17
Até a próxima semana.
Eliana Pereira Ignacio é psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnews.com