JSNEWS – A procuradora-geral do estado da Flórida, Ashley Moody, pediu ao Congresso dos Estados Unidos o impeachment do secretário de Segurança Interna ( Department of Homeland Security – DHS), Alejandro Mayorkas, com base em uma decisão judicial contraria à política de imigração do governo do presidente Joe Biden em um caso apresentado pelo por aquele estado.
“Se ele (Mayorkas) não está disposto a fazer a coisa certa e renunciar ao cargo, então o Congresso deve iniciar um processo de impeachment para se livrar dessa ameaça à nossa segurança nacional”, disse Moody em um comunicado.
O procurador-geral escreveu uma carta ao Congresso pedindo o impeachment do secretário por causa de uma decisão do juiz federal Thomas Kent Wetherell, que em março deste ano deu ganho de causa a procuradora em uma ação movida em 2021 para impedir a aplicação políticas de imigração do governo Biden, que de acordo com a procurado seria “danosa aos interesses dos Estados Unidos e representa risco a sociedade americana”.
Em sua sentença, o juiz concluiu que, com suas ações e omissões, os réus, Alejandro Mayorkas e outros altos funcionários das agências governamentais com competência em imigração, “transformaram a fronteira dos Estados Unidos com México em uma “mera linha imaginaria” e um simples ‘desacelerador’ para estrangeiros que fluem para o país”.
Em sua carta aos líderes do Congresso, Ashley Moody afirma que o governo Biden até agora não recorreu da decisão. “As ações do secretário Mayorgas foram semelhantes a colocar uma placa intermitente que diz: ‘Vá em frente, estamos abertos'”, disse.
A procuradora também afirma que Mayorkas quase “quebrou” o sistema de imigração dos EUA, uma vez que, segundo ela, “cerca de 2,5 milhões de imigrantes ilegais foram libertados nos Estados Unidos ou simplesmente deixaram eles passar” para outras localidades dentro dos EUA.
“Peço-lhes o impeachment imediato do secretário de Segurança Interna (DHS), Alejandro Mayorkas, por mentir repetidamente ao Congresso e ao povo americano, violando seu juramento e abusando de sua autoridade. A continuidade de Mayorkas na posição atual constitui uma ameaça clara e presente aos Estados Unidos”, finaliza Moody na carta datada de 11 de abril.
NÚMEROS DE BORDA
De acordo com dados que Moody menciona na carta, houve mais de 4,5 milhões de encontros com imigrantes na fronteira sudoeste desde que Biden assumiu o cargo e seu governo libertou mais de 1,3 milhão de imigrantes dentro dos EUA.
Além disso, observa que a CBP (Alfândega e Patrulha de Fronteira) estima que pelo menos 1,2 milhão de imigrantes escaparam das autoridades e estão no interior do país.
Ela também observa que, desde fevereiro de 2021, os funcionários do CBP apreenderam mais de 31.000 libras (15.000 kg) de fentanil na fronteira sudoeste, uma quantidade “suficiente para matar toda a população dos EUA quase 22 vezes”.
No ano fiscal de 2022, 98 pessoas foram apreendidas da lista de observação terrorista e até agora neste ano fiscal houve 69 encontros desse tipo.
“O secretário Mayorkas entregou as chaves de nossas fronteiras as organizações que deveriam ser designadas como terroristas. Essas organizações não estão apenas inundando nosso país com fentanil mortal, mas também estão estuprando, abusando e explorando imigrantes que traficam através da fronteira. Muitas dessas vítimas são crianças”, alega.
Moody acusou Mayorkas de “chutzpah“ (um termo iídiche para insolência adotado nos tribunais americanos) ao enviar advogados a seu departamento para argumentar que o DHS não tem os recursos para cumprir a lei.
“Como no caso o Tribunal na Flórida vs Estados Unidos, o DHS se colocou, ‘como uma criança que mata seus pais e depois busca piedade por ser órfã, é difícil aceitar a alegação dos réus de que eles tiveram que libertar mais estrangeiros no país alegando falta de capacidade de detenção’“, conclui.