FOLHAPRESS – O Walmart já vem percebendo um impacto na demanda por pessoas que utilizam Ozempic e outros medicamentos para tratar diabetes e que também têm sido adotados como um redutor de apetite para emagrecer.
“Definitivamente, vemos uma ligeira mudança em comparação com a população em geral, vemos uma ligeira retração na cesta geral. Menos unidades, um pouco menos de calorias”, disse John Furner, diretor executivo do Walmart nos EUA.
O Walmart está estudando as mudanças nos padrões de vendas usando dados anônimos sobre seus compradores. Assim, pode observar as mudanças nas compras entre as pessoas que tomam o medicamento e também pode comparar esses hábitos com os de perfis semelhantes de consumidores que não estão usando as injeções.
O Walmart vende medicamentos GLP-1, uma categoria que inclui o Ozempic, por meio de suas farmácias. Em agosto, a empresa disse que eles estavam impulsionando a receita do varejista. As vendas desses medicamentos nos EUA aumentaram 300% entre 2020 e 2022, de acordo com um relatório recente da Trilliant Health.
Furner acrescentou que ainda é muito cedo para tirar conclusões definitivas sobre os medicamentos inibidores de apetite fabricados pela Nordisk e remédios similares.
Um número cada vez maior de CEOs e investidores estão falando sobre como os populares medicamentos para perda de peso podem mudar a economia e os negócios.
No início desta semana, o CEO da fabricante de Pringles e Cheez-Its disse que a empresa está estudando o impacto potencial desses medicamentos sobre os comportamentos alimentares.
“Como tudo o que pode impactar nossos negócios, vamos analisar, estudar e, se necessário, reavaliar”, disse Steve Cahillane, CEO da Kellanova, em uma entrevista.
Não foi só o Walmart que se pronunciou sobre o impacto do Ozempic e semelhantes nos hábitos de consumo da população.
Um relatório do banco britânico Barclays de terça-feira, 03, apontou que a alta demanda pelos medicamentos pode prejudicar as vendas de redes de fast food, de fabricantes de salgadinhos, refrigerante e álcool e até de empresas que vendem cigarros.
Os analistas também disseram que o efeito pode ser o contrário em outros setores, como o de saúde. Estariam entre as beneficiadas as redes de farmácias e as operadoras de planos de saúde.