AFP – A maioria das mulheres latinas nos Estados Unidos está feliz apesar da pressão para realizar tarefas domésticas, cuidar da aparência e constituir uma família, segundo uma pesquisa publicada pelo instituto Pew Research nesta terça-feira (14).
Existem 22,2 milhões de latinas nos Estados Unidos, ou seja, 17% das mulheres adultas do país, e o número não para de crescer. Em 2022, havia 5,6 milhões a mais do que em 2010.
Dos 5.078 adultos hispânicos entrevistados entre 6 e 19 de novembro de 2023, 86% das mulheres dizem ser muito felizes (43%) ou um pouco felizes (43%) com o seu dia a dia e 88% afirmaram estar muito satisfeitas (56%) ou um pouco satisfeitas (32%) com sua vida familiar.
Em termos gerais, relataram sofrer as mesmas pressões que as mulheres não latinas: para obter sucesso na carreira (66%) ou cuidar dos filhos em casa (51%).
Mas como 52% são imigrantes e 25% têm pelo menos um dos pais migrante, também se sentem pressionadas de outras formas, confrontadas pelas expectativas culturais em torno dos papéis de gênero enraizados na América Latina e dos costumes dos Estados Unidos.
Algumas crescem nos EUA com valores tradicionais latino-americanos.
Isto resulta na pressão da família ou da sociedade para colocarem as necessidades dos outros antes das suas próprias, em serem passivas ou subordinadas, de acordo com a pesquisa.
Em geral, 63% das mulheres latinas afirmaram se sentir pressionadas no campo profissional ou familiar, como para cuidar de crianças ou idosos, apoiá-los financeiramente ou viver perto deles.
Dos homens entrevistados, 59% também relatam sofrer este mesmo tipo de pressão.
Contudo, elas estão muito mais propensas do que os homens latinos a estar sob pressão para cozinhar e limpar a casa (68%) e para cuidar da aparência, por exemplo, vestindo-se bem, usando maquiagem ou fazendo o cabelo e as unhas (62%).
E 56% estimam que estas mulheres sofrem pressão para casar e ter filhos.
Os homens latinos concordam que as mulheres enfrentam mais pressão para realizar atividades associadas aos papéis de gênero.
Aproximadamente metade das mulheres entrevistadas afirmam que o sexismo contra as mulheres é um problema em diferentes ambientes, como o cinema e a televisão.