Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores, na primeira parte deste artigo, discutimos como o autoconhecimento é abordado pelas psicologias humanista e cristã, que enfatizam o desenvolvimento integral do ser humano e a busca de um propósito e sentido de vida.
No entanto, para compreender de forma ainda mais completa como o autoconhecimento contribui para o reconhecimento do próprio valor, é relevante explorarmos outras correntes psicológicas que oferecem perspectivas distintas sobre esse processo.
A psicologia comportamental, por exemplo, examina o papel das respostas aos estímulos ambientais e da aprendizagem social na construção do autoconceito, destacando como experiências e reforços externos moldam nossa percepção de valor próprio. A psicologia cognitiva, por outro lado, centra-se nas crenças e nos padrões de pensamento que influenciam a autoimagem, sugerindo que o modo como interpretamos nossas experiências é crucial para o desenvolvimento de uma autovalorização saudável.
A psicologia comportamental, representada por nomes como B.F. Skinner e Albert Bandura, propõe que grande parte do comportamento humano é aprendido por meio de interações com o ambiente e que o autoconhecimento se desenvolve a partir da observação das próprias ações e reações. Segundo essa abordagem, comportamentos que são reforçados positivamente contribuem para uma visão positiva de si mesmo, enquanto experiências de punição ou reforços negativos podem impactar a autoestima de maneira negativa.
Bandura, por exemplo, introduz o conceito de autoeficácia, que se refere à crença de uma pessoa em sua capacidade de alcançar objetivos. A autoeficácia influencia diretamente o valor que a pessoa atribui a si mesma.
Práticas de autoconhecimento, segundo a psicologia comportamental, envolvem o monitoramento dos próprios comportamentos, a busca por padrões e a implementação de estratégias para modificar comportamentos que não contribuem para uma autoimagem positiva.
A psicologia cognitiva, desenvolvida por teóricos como Aaron Beck e Albert Ellis, foca nos pensamentos e nas crenças que moldam nossa percepção do mundo e de nós mesmos. A premissa central é que o autoconhecimento envolve a capacidade de identificar e desafiar pensamentos disfuncionais, como crenças negativas sobre o próprio valor, que muitas vezes levam a baixa autoestima. De acordo com essa abordagem, a forma como interpretamos e significamos nossas experiências impacta diretamente nossa autoimagem.
Técnicas como a reestruturação cognitiva são úteis para a prática de autoconhecimento, pois permitem identificar e substituir pensamentos autocríticos ou distorcidos por percepções mais realistas e construtivas, fortalecendo assim o valor pessoal
Já a psicanálise enfatiza o papel das experiências infantis e do inconsciente na formação da identidade e do valor pessoal, analisando como conflitos internos e desejos inconscientes impactam a autoestima. Por fim, a psicologia positiva, uma abordagem contemporânea, valoriza as forças pessoais e as emoções positivas, propondo que o autoconhecimento é essencial para a construção de uma vida significativa e para o florescimento humano.
Cada uma dessas vertentes oferece uma visão complementar sobre como o autoconhecimento pode ser cultivado e como ele impacta diretamente a construção de uma autoestima sólida e do reconhecimento do próprio valor.
A psicanálise, fundada por Sigmund Freud, propõe que o autoconhecimento envolve o entendimento de aspectos inconscientes da personalidade e dos conflitos internos que influenciam nossos comportamentos e nossa autoestima.
A psicanálise enfatiza que a autoimagem e o valor pessoal são moldados desde a infância, através de relações familiares e experiências iniciais de afeto e validação. Nesse contexto, o autoconhecimento passa pelo reconhecimento de padrões inconscientes e de experiências reprimidas que podem estar influenciando a maneira como o indivíduo se enxerga. O processo psicanalítico ajuda a trazer esses conteúdos à consciência, promovendo uma autoaceitação mais profunda e a libertação de autocríticas inconscientes que impactam a autoestima. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento”.
Provérbios 9:10
Até a próxima semana!!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com