Da Redação – Em um discurso rancoroso no qual autoelogiou-se, o presidente Joe Biden, que parece não se conformar com a escolha dos eleitores americanos, disse que o programa econômico de seu sucessor, Donald Trump (Rep.), é um “desastre” e classificou de “grande erro” elevar tarifas sobre importações e instou o presidente eleito a não baixar os impostos.
Trump, que presidiu o país entre 2017 e 2021, venceu as eleições de novembro em grande parte graças à insatisfação dos americanos com o alto custo de vida imposto as classes trabalhadoras pelo atual governo democrata.
“Rezo a Deus para que o presidente eleito descarte o Projeto 2025. Acredito que seria um desastre econômico para nós e para a região”, disse Biden em um discurso na organização Brookings Institution, em Washington, referindo-se a um plano formulado pelos conservadores para um segundo governo de Trump.
Tossindo com frequência devido a uma doença respiratória, Biden disse que serão os consumidores americanos os que pagarão o preço das tarifas que Trump prometeu impor aos produtos de México, Canadá e China. Juntos, esses três países são os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.
“Acredito que essa abordagem é um grande erro”, acrescentou.
Biden abandonou a corrida presidencial em julho devido a ‘preocupações com sua idade avançada’ e cedeu lugar para a vice-presidente Kamala Harris, que foi amplamente derrotada por Trump nas urnas.
A posse será em 20 de janeiro, mas o republicano já age como se tivesse assumido o cargo, fazendo discursos sobre economia e política externa, e sendo recebido por líderes mundiais.
Biden, que manteve um perfil relativamente discreto, saiu nesta terça-feira em defesa de seu próprio legado e destacou a recuperação da atividade econômica dos Estados Unidos após a pandemia e dos grandes investimentos em tecnologia e na indústria verde.
“O presidente eleito Trump está recebendo a economia mais forte da história moderna, que é a inveja do mundo”, disse Biden que defendeu a liderança dos Estados Unidos no cenário internacional. “Se nós não liderarmos o mundo, qual nação o fará? Quem unirá a Europa? Quem tentará unir o Oriente Médio?”, questionou.