Por: José Soares Leite – No plano divino da redenção eterna do homem, Deus, pelos seus próprios decretos, estabeleceu o tempo determinado da vinda do Messias para realizar a salvação do mundo (Lc 2.11; Jo 3.16; Gl 4.4).
No entanto, aprouve a Deus também incluir a proclamação para o evangelho de Cristo para a salvação do primeiro homem, a esse Ele chamou de discípulo (Mt 4.18-23).
O que é um discípulo? Os dicionários afirmam que é alguém que aprende de outra pessoa e segue os seus ensinamentos. Isto levando em conta se considerarmos somente o aspecto humano e terrenal. Entretanto, há de se observar um importante aspecto bíblico quanto ao humano e divino, Jesus. Ele é o Mestre por excelência, o único que tem o título de Rabi ou Rabone. E, também, entre o discípulo que aprende as coisas naturais com os homens e os discípulos de Jesus. Este segundo vai além, porque alcançam conhecimentos sobrenaturais e eternos da parte de Deus.
Veja esta diferença contundente no diálogo entre estas duas classes de mestres, Nicodemos e Jesus (Jo 3.1-10).
O vocábulo “discípulo” também está ligado à ideia de disciplina.
No conceito religioso cristão, ser discípulo de Jesus requer mais do que isso, porque demanda dele também fidelidade e semelhança com seu Mestre em todo seu modo de ser e viver: no crer em Jesus (Jo 2.11), no amor por seu Mestre (Lc 14.33; Jo 13.34-35), na renúncia para segui-lo (Lc 14.33), na fidelidade para servi- -lo (Jo 8.31), na escolha (Jo 6.66), na ligação espiritual com Jesus (Jo 15.8) e na vida transformada pelo Mestre (2Co 5.17).
Dada a importância que tem um discípulo de Jesus, no Novo Testamento a palavra “discípulo” é registrada 269 vezes. Ela é mencionada somente nos Evangelhos e no livro de Atos. Isso denota a seriedade que tem a postura de um discípulo de Jesus.
As suas características principais e as funções de um discípulo para o serviço do Mestre Jesus são as mais significativas e variadas dentro do contexto bíblico, a saber: Ele passa pela experiência do Novo Nascimento (Jo 3.3- 5). Ele toma sua cruz para seguir o Mestre (Mc 8.34). Ele dedica-se a uma vida de sacrifício para herdar a vida eterna (Lc 14.26).
Ele se interessa em trabalhar para o reino de Deus (Mt 28.19). Ele larga tudo para estar arraigado a Cristo e produzir fruto para glorificar Deus (Mt 19.29; Jo 15.7-8).
Para ser um discípulo de Jesus, é preciso estar disposto a pagar o preço disso. Significa colocar em segundo plano as coisas efêmeras desta vida, como o apego pelos bens materiais, pelos nossos relacionamentos afetivos e pelo amor à nossa própria vida. Nossas ambições, planos e interesses pessoais não podem estar acima do amor por Jesus para nos dedicarmos com prioridade à obra de Deus (Lc 1.33; Mc 16.15-17; Mt 28.19).
Para aquele que quiser ser discípulo de Cristo, é preciso ter realmente como meta prioritária em nossa vida, amar, servir e seguir o Mestre. Aquele que não deixar pai e mãe e seus bens para me seguir Jesus não pode ser seu discípulo (Mc 1.20, Lc 5.9-11; 1Jo 3.23; 4.7,21).
José Soares é Pastor é Pastor e Bacharel em Teologia, professor de ensino sistemático de estudos Bíblicos como Professor de Escola Dominical e Faculdade de ensino Teológico em Boston