Da Redação – Quatro mulheres que teriam participado dos protestos de 8 de janeiro em Brasília e são consideradas fugitivas pela justiça brasileira foram presas ao entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Três delas foram capturadas no dia 21 de janeiro, um dia após a posse de Donald Trump. A informação do site UOL e confirmada nesta terça-feira, 18, pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). As brasileiras capturadas no país norte-americano são Rosana Maciel Gomes, de 52 anos, Raquel de Souza Lopes, de 51, Michely Paiva Alves, de 38, e Cristiane da Silva, de 33.
Rosana, Michely e Cristiane foram presas um dia após a posse de Trump, em El Paso, no Texas. De acordo com a ICE, no dia 27 de janeiro, elas foram removidas para o Centro de Processamento da cidade, já que foram processadas pelo governo, e aguardam a “remoção para seu país de origem”.
Raquel foi presa dias antes, no dia 12 de janeiro, em La Grulla, também no Texas. Ela foi encaminhada no dia 19 daquele mês para o Centro de Detenção de El Valle, e assim como as outras, aguarda o processo de remoção acelerado para o Brasil.
Inclusive, ela e Rosana estavam entre a lista dos dez ‘bolsonaristas’ condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes que haviam quebrado suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do país. A fuga ocorreu para a Argentina e Uruguai, inicialmente, utilizando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Condenações
Rosana Maciel Gomes, de 52 anos – Ela é de Goiânia (GO) e foi condenada a 13 anos e seis meses de prisão por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada.
A Procuradoria Geral da República (PGR) afirma que ele participou ativamente da depredação às sedes dos Três Poderes. No entanto, a defesa dela nega no processo sua participação. Há um mandado de prisão em aberto contra ela.
Raquel de Souza Lopes, 51 anos – Ela é de Joinville (SC) e foi condenada a 17 anos e seis anos pelos mesmos crimes. Das três, ela é a que aguarda há mais tempo pela extradição. Aqui no Brasil, há um mandado de prisão em aberto contra ela.
Michely Paiva Alves, 38 anos – Segundo ação movida junto ao Tribunal de Justiça Federal (STF), ela foi responsável pela contratação do ônibus que saiu da cidade onde mora, em Limeira (SP), no dia 6 de janeiro de 2023, com um grupo de pessoas para ir à Brasília. Ela ainda não foi julgada, mas possui mandado de prisão em aberto.
Em 2024, ela tentou ser candidata a vereadora na cidade do interior de São Paulo pelo Podemos, mas teve o processo indeferido. A reportagem também tentou localizar a defesa dela, mas não teve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.
Cristiane da Silva, 33 anos – A moradora de Balneário Camboriú (SC) foi condenada a um ano de reclusão por associação criminosa, mas teve a pena convertida por prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, realização de curso presencial sobre a temática ‘Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado’, além de ser proibida de sair de sua cidade, usar redes sociais.
Extradições de imigrantes
Mesmo antes de ser eleito, Trump destacava em sua campanha que iria reprimir a imigração ilegal e iniciou seu segundo mandato implementando medidas para restringir a entrada de pessoas nos Estados Unidos.
O republicano aprovou decretos de “emergência nacional” na região sul da fronteira, declarou o reforço militar na área e garantiu que irá deportar “milhões e milhões de estrangeiros criminosos”.
As políticas migratórias têm tomado cada vez mais força. Entre elas, operações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) em diversos estados para prender e deportar as pessoas ilegais no país.