JSNEws – A procuradora federal de Massachusetts, Leah Foley, nomeada por Donald Trump para liderar o tribunal federal do estado, criticou veementemente, nessa quarta-feira, 02, um juiz e o promotor do condado de Suffolk, Kevin Hayden, por acusarem um agente do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega), Brian Sullivan, de desacato ao tribunal. A controvérsia surgiu após o agente deter, na semana passada, um imigrante ilegal com antecedentes criminais, Wilson Martell-LeBron, em pleno julgamento no Tribunal Municipal de Boston. Foley classificou a ação contra o oficial como “ilegal e equivocada”, argumentando que ela viola a Cláusula de Supremacia da Constituição dos Estados Unidos e que não há base jurídica para tais acusações, sendo ilegal obstruir um agente de imigração no cumprimento de seu dever.
A procuradora apresentou uma moção para anular as acusações contra. Hayden negou que sua equipe tivesse conhecimento prévio da intenção do ICE de prender o réu durante o julgamento, alertando que as ações da agência federal colocam em risco a segurança pública. Por outro lado, Patricia Hyde, chefe do ICE em Boston, revelou que Martell-LeBron, identificado como Juan Carlos Baez, um dominicano de 49 anos, já cumprira 11 anos de prisão por tráfico de heroína e cocaína, sendo libertado devido ao escândalo envolvendo a manipulação de resultados de provas criminais que resultou na anulação de mais de 20 mil condenações em 2017, além disso, o ICE alegou que o dominicano teria alterado suas impressões digitais para evitar identificação.
Na segunda-feira, 01, o juiz Mark Summerville arquivou as acusações contra Martell-LeBron, relacionadas a falsificação de documentos e falsas declarações, alegando “conduta prosecutória intencional e grave”, ao mesmo tempo em que declarou Sullivan em desacato. O promotor do condado de Suffolk informou que seu escritório avalia se apresentará acusações criminais contra o agente, porem, justificou que a detenção foi forçada pela falta de cooperação das autoridades locais com o ICE e rejeitou a politização do caso e enfatizando o foco dessa Agência Federal é proteger a comunidade.
Hayden expressou preocupação com o impacto das operações do ICE, notando que testemunhas e vítimas têm se recusado a colaborar com investigações por medo da agência, o que compromete a segurança pública. Apesar disso, ele descartou, por ora, uma ação judicial contra o ICE, buscando diálogo para evitar incidentes futuros.