Por: JUNOT (Medford, 21 de abril de 2025) – Massachusetts, um estado conhecido por sua rica história e economia diversificada, tem sido um polo de atração para imigrantes, incluindo uma significativa comunidade brasileira, que molda a paisagem cultural e econômica de cidades como Framingham, Boston, Somerville e Everett. Esses imigrantes trazem contribuições vitais, mas também desafios, especialmente em um contexto de crise humanitária agravada pelas políticas de imigração da administração Biden.
Com gastos de US$ 4 bilhões em abrigos para migrantes e receitas fiscais muito inferiores, o estado enfrenta um desequilíbrio financeiro, enquanto as ações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) e os esforços do Departamento de Gestão de Emergências (DOGE) refletem a necessidade de corrigir uma situação fora de controle.
Contribuições Econômicas dos Imigrantes em Massachusetts
Imigrantes, incluindo brasileiros, haitianos e venezuelanos, são uma força motriz na economia de Massachusetts. Representando 20% da força de trabalho do estado, eles ocupam papéis essenciais em setores como construção, saúde, hospitalidade e limpeza, muitas vezes em empregos que cidadãos nativos evitam.
Em Framingham, onde cerca de 20% da população é de origem brasileira, esses imigrantes dominam a construção civil, serviços de limpeza e varejo, injetando vitalidade na economia local. Em Boston, Somerville e Everett, eles trabalham em restaurantes, cuidados domésticos e logística, sustentando indústrias que dependem de mão de obra acessível.
Um estudo da Boston University (2024) revela que imigrantes geram aproximadamente 21% do PIB regional. Além disso, pagam impostos significativos: em 2022, imigrantes, incluindo indocumentados, contribuíram com US$ 650 milhões em impostos estaduais e locais, com potencial de atingir US$ 850 milhões se todos tivessem status legal. Esses recursos financiam escolas, saúde pública e infraestrutura, beneficiando comunidades em todo o estado.
O empreendedorismo é outro destaque. Brasileiros em Framingham possuem restaurantes, salões de beleza e lojas que revitalizam centros comerciais. Na Grande Boston, 28% dos negócios são de propriedade de imigrantes, com brasileiros liderando em setores como alimentação e serviços.
Em Somerville e Everett, imigrantes abrem pequenos negócios que atraem consumidores e criam empregos, fortalecendo a economia local. A nível nacional, 45% das empresas da Fortune 500 foram fundadas por imigrantes ou seus filhos, e em Massachusetts, esse espírito empreendedor é evidente em startups e empresas familiares.

O Custo da Crise: US$ 4 Bilhões em Abrigos
Apesar dessas contribuições, os custos da imigração em Massachusetts são substanciais e desproporcionais às receitas geradas. Em 2024, o estado de Massachusetts gastou US$ 4 bilhões em abrigos de emergência para migrantes, com o sistema de abrigos atingindo 90% da capacidade. Esses gastos, que cobrem moradia, alimentação e serviços sociais, superam em muito as contribuições fiscais dos imigrantes, criando um déficit que pressiona os contribuintes de Massachusetts.
Em Boston, a prefeita Michelle Wu enfrentou críticas por redirecionar recursos para migrantes, enquanto residentes locais enfrentam escassez de moradia acessível. Em Framingham, a chegada de novos imigrantes aumentou a competição por empregos de baixa qualificação, gerando tensões com trabalhadores nativos. Somerville e Everett, cidades com populações imigrantes significativas, relatam dificuldades para atender a demanda por serviços educacionais e de saúde, com orçamentos municipais sobrecarregados.
Essa disparidade entre custos e receitas reflete um problema estrutural: a incapacidade do sistema de imigração de integrar rapidamente os recém-chegados. Muitos imigrantes, especialmente os indocumentados, enfrentam longos atrasos em processos de asilo, limitando sua capacidade de contribuir plenamente. Enquanto isso, os contribuintes arcam com os custos, alimentando a percepção de que Massachusetts está pagando a conta por uma crise que não criou.
A Crise Humanitária da Era Biden
As ações do ICE, intensificadas sob o governo Trump em 2025, são uma resposta direta à crise humanitária desencadeada pelas políticas de imigração da administração Biden. Entre 2021 e 2024, mais de 7 milhões de migrantes cruzaram a fronteira sul dos EUA, impulsionados por crises na América Latina e por uma percepção de que as políticas de Biden eram mais lenientes. A suspensão de medidas como o Título 42 e o programa “Fique no México” contribuiu para um influxo que sobrecarregou cidades como Boston e Framingham.
A política de “fronteiras abertas”, como críticos a chamam, não foi intencionalmente desenhada para permitir entradas irrestritas, mas a falta de uma estratégia robusta para gerenciar o fluxo migratório criou um vácuo. O acumulo de casos de asilo ultrapassou 2 milhões em 2024, deixando muitos migrantes em limbo, vivendo em abrigos financiados pelo governo ou competindo por empregos informais. Em Massachusetts, isso se traduziu em custos de US$ 4 bilhões e crescentes tensões sociais.
A administração Biden tentou medidas tardias, como limitar pedidos de asilo em 2024, mas o dano já estava feito. Cidades santuárias como Boston enfrentaram a chegada de milhares de migrantes enviados de estados fronteiriços, uma tática política que expôs a incapacidade de Massachusetts de absorver mais recém-chegados. O resultado foi uma crise humanitária que, na visão de muitos, poderia ter sido evitada com controles mais rigorosos e uma reforma imigratória abrangente.
Deportações: Um Remédio Amargo para um Problema Evitável

As deportações em massa, prometidas por Trump e iniciadas em 2025, são um desdobramento direto dessa crise. Em Massachusetts, uma operação do ICE em março de 2025 prendeu 370 imigrantes, incluindo cinco brasileiros, em cidades como Framingham e Marlborough. Essas ações, embora controversas, refletem a necessidade de restaurar a ordem em um sistema imigratório fora de controle.
O ICE disse que tem priorizado criminosos, mas também detém imigrantes sem antecedentes, como Lucas Amaral, preso em janeiro de 2025, alimentando o medo nas comunidades brasileiras.
A retórica de Trump, que inclui chamar migrantes de “invasores”, amplifica esse pânico, mas também ressoa com eleitores frustrados com os custos da imigração. Uma pesquisa da Axios-Ipsos (2025) mostra que 90% dos republicanos e quase metade dos democratas apoiam deportações, embora o entusiasmo diminua quando se considera a separação de famílias.
As deportações, no entanto, têm um custo econômico. Um estudo do Peterson Institute (2025) estima que deportar 1,3 milhão de pessoas reduziria o PIB dos EUA em 1,2%, com Massachusetts sofrendo devido à sua dependência de imigrantes (6% da força de trabalho). Setores como construção e hospitalidade, vitais em Framingham e Somerville, enfrentariam escassez de mão de obra, elevando preços e inflação. Ainda assim, para muitos, as deportações são um mal necessário para corrigir os erros da era Biden.
O Papel do DOGE: Um Esforço Desnecessário?
O Departamento de Gestão de Emergências (DOGE), liderado por Elon Musk e Vivek Ramaswamy, foi encarregado de identificar ineficiências no governo, incluindo no sistema de imigração. Em 2025, o DOGE recomendou cortes em programas de apoio a migrantes, argumentando que os US$ 150 bilhões gastos anualmente com imigração ilegal (segundo a Federation for American Immigration Reform) são insustentáveis. Essas recomendações, embora polêmicas, destacam a escala do problema: se as políticas de Biden não tivessem permitido um influxo tão grande, os esforços do DOGE para “limpar a bagunça” não seriam necessários.
O DOGE também propôs o uso de tecnologia, como o aplicativo CBP Home, para incentivar a autodeportação, uma medida que, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), economiza recursos do ICE.
Em Massachusetts, onde a comunidade brasileira vive sob constante medo, tais iniciativas poderiam reduzir detenções traumáticas, mas só se os migrantes confiarem no sistema – o que, dado o clima atual, é improvável.
Os EUA Não São o “Cara Rico”
Por trás da crise está uma questão fundamental: os EUA não podem ser vistos como o “cara rico” que paga a conta pelos fracassos de estados corruptos e violentos. Países como Brasil, Venezuela e Haiti, de onde vêm muitos imigrantes de Massachusetts, enfrentam problemas estruturais – corrupção, violência (o Brasil teve 40 mil homicídios em 2023) e má governança que expulsam seus cidadãos. Embora os EUA tenham responsabilidades humanitárias, absorver milhões de migrantes sem um sistema robusto é insustentável.
A narrativa de que os EUA devem acolher todos ignora o impacto em comunidades como Framingham, onde brasileiros contribuem, mas também competem por recursos escassos. A solução é reformar o sistema migratório e priorizar a segurança e a prosperidade daqueles que verdadeiramente estão dispostos a contribuir com o progresso nacional. Até lá, as deportações e os esforços do DOGE continuarão sendo respostas imperfeitas e talvez “imorais e desumanas” a uma crise que poderia ter sido evitada.
A Deportação – Tragédia em atos

Os imigrantes em Massachusetts, especialmente os brasileiros em Framingham, Marlborough, Milford, Boston e região, Worcester, Lowell, Cape Cod, Fall River, dentre outras, são uma força vital que paga US$ 650 milhões em impostos e impulsionando o empreendedorismo. No entanto, os custos de US$ 4 bilhões em abrigos superam essas receitas, refletindo uma crise humanitária agravada pelas políticas de fronteiras abertas da era Biden. As ações do ICE, embora dolorosas, são uma tentativa de corrigir um sistema quebrado, enquanto os esforços do DOGE destacam a necessidade de eficiência que não existiria sem os erros do passado.
Os EUA não podem continuar pagando a conta por estados falidos que expulsam seus cidadãos. Para proteger comunidades como Framingham e garantir a sustentabilidade econômica, é necessária uma reforma imigratória que equilibre compaixão com responsabilidade. Até que isso aconteça, o medo nas ruas de Massachusetts e as manchetes em nosso jornal sobre deportações continuarão a contar a história de povo, o imigrante brasileiro, que esta lutando para encontrar seu caminho.
Referências: