Eliana Pereira Ignacio – O tema da aceitação e do amor ao próximo complementa a reflexão sobre benignidade, abordada anteriormente. Em um mundo marcado por julgamentos rápidos e cobranças excessivas, há uma necessidade urgente de um amor que acolhe e transforma.
Tanto a fé cristã quanto a psicologia reconhecem que aceitar o outro como ele é pode ser um caminho de cura e reconciliação. Jesus exemplificou esse amor incondicional ao se aproximar dos marginalizados e ao tratar todos com dignidade.
Seu mandamento “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39) não se restringe ao âmbito religioso, mas toca o coração das relações humanas. O verdadeiro amor não se baseia em merecimento, mas na aceitação que promove cura e conexão. Durante seu ministério, Jesus interagiu com pessoas desprezadas pela sociedade e as acolheu sem exigir perfeição.
Seu amor era um convite para a transformação, e não uma cobrança de mudança imediata. Muitas vezes, na prática cristã, o amor acaba sendo condicionado ao comportamento, quando deveria ser oferecido primeiro, confiando no seu poder transformador.
Na psicologia, especialmente na abordagem humanista de Carl Rogers, a aceitação incondicional é fundamental para o desenvolvimento pessoal.
Quando alguém se sente aceito e validado, encontra segurança para mudar e evoluir. Acolher não significa compactuar com erros, mas separar a identidade da pessoa de suas falhas, permitindo um espaço seguro para o crescimento. Relações baseadas na crítica constante e na rejeição geram ansiedade, depressão e baixa autoestima. O estresse emocional prolongado afeta até mesmo a saúde física.
Em contrapartida, vínculos fundamentados na aceitação estimulam o bem-estar neurobiológico, favorecendo equilíbrio emocional e cura.
Amar sem julgar pode ser difícil, mas é um ato poderoso de transformação. Aceitação não significa ausência de limites, mas sim a compreensão de que cada pessoa está em um processo único. Muitas vezes, desconhecemos as dores e desafios enfrentados pelo outro.
O respeito e a empatia são ferramentas essenciais para cultivar relações saudáveis. Acolher não é fraqueza, mas uma demonstração de maturidade emocional e espiritual. Na prática psicológica, a “validação emocional” é o reconhecimento dos sentimentos alheios sem julgamentos. Na fé cristã, a graça é o favor imerecido concedido por Deus.
Ambos os conceitos destacam o mesmo princípio: quando uma pessoa se sente aceita, ela encontra espaço para refletir, mudar e florescer. O impacto da aceitação se estende para além das relações individuais e pode transformar comunidades inteiras.
Famílias restauradas, ambientes seguros e igrejas que se tornam espaços de acolhimento são reflexos desse amor incondicional. Pequenos gestos, como ouvir sem interromper e respeitar as diferenças, fazem grande diferença. Cada ato de aceitação transmite uma mensagem poderosa: “Você tem valor e merece ser amado, independente das suas imperfeições.” Esse amor revolucionário fortalece os laços humanos, criando uma sociedade mais compassiva e conectada.
Amar sem julgar é um desafio, mas também uma oportunidade de crescimento para todos. Por m, a aceitação verdadeira não significa conformismo, mas sim confiança no poder do amor para transformar vidas. Esse princípio é a essência do coração de Deus e da saúde emocional segundo a psicologia.
Praticar a aceitação é um caminho de cura e restauração, capaz de gerar profundas mudanças na forma como nos relacionamos com os outros. “Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.” Colossenses 3:14 Ate a próxima semana!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University.
Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com