Da Redação – O presidente dos EUA, Donald Trump, planeja assinar uma ordem executiva sobre preços de medicamentos prescritos na segunda-feira, que visa alinhar os Estados Unidos com o que outros países pagam, uma medida que ele disse nas redes sociais resultaria em um corte de 59%. Sua nova estimativa veio após comentários feitos no domingo, quando ele afirmou nas redes sociais que assinaria a ordem buscando preços de “nação mais favorecida”, resultando em cortes de 30% a 80%.
Ele está programado para realizar um evento na Casa Branca com o Secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., às 9h30 (13h30 GMT). Trump não forneceu detalhes de seus planos. Os Estados Unidos pagam os preços mais altos por medicamentos prescritos, muitas vezes quase três vezes mais do que outras nações desenvolvidas. Trump tentou em seu primeiro mandato alinhar os EUA com outros países, mas foi bloqueado pelos tribunais.
Fabricantes de medicamentos esperam uma ordem focada no programa federal de seguro saúde Medicare, voltado para pessoas com 65 anos ou mais e deficientes, segundo quatro lobistas da indústria farmacêutica que disseram ter sido informados pela Casa Branca.
“Preços de medicamentos serão cortados em 59%”, escreveu Trump em letras maiúsculas em sua plataforma de mídia social. As ações globais de empresas farmacêuticas caíram, e as ações de fabricantes de medicamentos dos EUA recuaram entre 2% e 3% após seus comentários no fim de semana.
Diferentemente da maioria dos países que negociam com empresas os preços pagos por medicamentos, os Estados Unidos têm negociação direta limitada e dependem de gerenciadores de benefícios farmacêuticos privados para negociar preços em planos de seguro. A Lei de Redução da Inflação do ex-presidente Joe Biden permitiu que o governo começasse a negociar o preço de seus medicamentos mais caros.
Ainda assim, os preços dos primeiros 10 medicamentos prescritos negociados foram, em média, mais que o dobro, e em alguns casos cinco vezes, o que os fabricantes haviam acordado em quatro outros países de alta renda, conforme reportado anteriormente pela Reuters. Por exemplo, o anticoagulante mais vendido, Eliquis, da Bristol Myers Squibb, tem um preço de tabela nos EUA de US$ 606 por um suprimento de um mês. O governo de Biden negociou esse valor para US$ 295 no Medicare, a ser aplicado a partir de 2026, mas o medicamento custa US$ 114 na Suécia e apenas US$ 20 no Japão.