JSNEWS – Na terça-feira, 10, as cidades de Boston, Lynn e Worcester, em Massachusetts, uniram-se a uma onda nacional de protestos contra as operações intensificadas do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) sob o governo do presidente Donald Trump. As manifestações, que refletem a revolta iniciada em Los Angeles, onde Trump mobilizou a Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, expressam indignação contra as táticas de repressão migratória e a falta de transparência nas detenções.
Em Boston, centenas de manifestantes, organizados por grupos como o Partido para o Socialismo e Libertação (PSL), marcharam do City Hall ao Boston Common, exigindo o fim das deportações. A prefeita Michelle Wu apoiou os atos, criticando as ações do ICE como “táticas de polícia secreta” que desestabilizam comunidades. Em Lynn, a solidariedade aos imigrantes marcou o protesto em frente à prefeitura, onde lideranças como Celly DelaCruz, da Lynn United for Change, condenaram a criminalização de imigrantes integrados. Já em Worcester, a tensão escalou quando manifestantes interromperam uma sessão do conselho municipal.

Os protestos em Massachusetts refletem uma mobilização nacional desencadeada pelas operações do ICE em Los Angeles, que já resultaram em mais de 100 prisões.
Em Dallas, na noite de segunda-feira, 9 de junho, centenas reuniram-se na Margaret Hunt Hill Bridge, mas a polícia declarou a manifestação “ilegal”, dispersando os manifestantes com advertências de prisões. Organizadores locais afirmaram que “Dallas não ficará calada enquanto o ICE pune quem se opõe à sua desumanidade”. Em Atlanta, na mesma data, estudantes e sindicalistas protestaram pacificamente em frente a um escritório do ICE, solidarizando-se com David Huerta, líder sindical da Califórnia preso por obstruir agentes federais. Em Austin, Texas, uma marcha ao Capitólio estadual terminou com 12 detenções após confrontos, com o governador Greg Abbott alertando que “quem cruzar a linha será preso”.
Nas últimas 24 horas, até a manhã de 11 de junho, novos protestos foram registrados. Em Nova York, na terça-feira, a polícia prendeu nove manifestantes em um confronto em Manhattan, enquanto em Chicago, milhares marcharam no Loop, com um incidente isolado de um veículo avançando contra a multidão, sem feridos. Em Seattle, cerca de 50 pessoas bloquearam um tribunal de imigração, exigindo a libertação de detidos.

Apesar da força das manifestações, a jurisdição federal sobre imigração limita o impacto local. Organizações como a Massachusetts Immigrant and Refugee Advocacy Coalition (MIRA) defendem leis como a Safe Communities Act, enquanto comunidades e ONGs oferecem apoio prático, como assistência jurídica. A polarização persiste, com o governo Trump defendendo a deportação de imigrantes com antecedentes criminais e comunidades exigindo justiça e proteção.


