JUNOT – No próximo 14 de junho sábado, enquanto Donald Trump sopra 79 velinhas, o movimento “No Kings” promete agitar os 50 estados americanos, surfando na ‘coincidência’ com o Dia da Bandeira e o 250º aniversário do Exército. Organizado por grupos como Indivisible e Mass 50501, o movimento ataca o suposto autoritarismo de Trump — deportações em massa, repressão a protestos, como os embates em Los Angeles, e cortes em benefícios sociais. Uma parada militar em Washington, D.C., celebrará o Exército, mas, segundo a BBC, não tem laço explícito com o aniversário do presidente. O nome “No Kings”, porém, entrega o jogo: é uma flechada direta em Trump, sugerindo um culto à personalidade que o movimento, com ironia, espelha ao torná-lo o vilão central. Melhor seria “Anti-Trump Day”, para evitar a hipocrisia de negar o alvo óbvio.
Em Massachusetts, cujo PIB de US$ 688 bilhões em 2022 deve muito aos imigrantes, os brasileiros injetam cerca de US$ 8 bilhões, segundo o Itamaraty. Mas, em cidades como Boston, Worcester, Milford e Marlborough, a comunidade brasileira vive sob a sombra do ICE, com detenções como as de Marcelo Gomes da Silva e Valdiney Gonçalves.
A ausência de políticas migratórias que integrem esses imigrantes de longa data, pilares da economia local, é um escândalo silencioso. Governos democratas, incluindo o de Biden, patinaram feio, permitindo um descontrole fronteiriço que virou crise migratória — tema candente na campanha presidencial que Trump venceu.
Ser pró-imigrante não é abrir as porteiras: a imigração desabalada sobrecarrega cidades com problemas de infraestrutura e segurança. Trump herda um passivo caótico de politicas erráticas de longas datas, inclusive a dele.
Em Massachusetts, quase 100 protestos estão planejados. Em Boston, o ato se funde à Parada do Orgulho às 11h na Copley Square, marchando ao Boston Common, misturando resistência anti-autoritária e direitos civis. Brookline (14h, Beacon St.), Melrose (13h, Prefeitura) e Newton (12h, Beacon St.) também terão atos. Os brasileiros da região, ativos em East Boston, Everett, Maldem, Brighton, Alston, Cambridge e Somerville, mobilizam-se via Brazilian Worker Center e Brazilian Women’s Group.
Framingham, centro de atração de brasileiro dos EUA, é o centro desse movimento em nossa comunidade. No Framingham Centre Common Historic District, às 13h30, com discursos às 14h30, autoridades, veteranos e advogados.
A comunidade brasileira, que revitalizou a cidade com negócios, e agora enfrenta a ameaça de deportações que geram medo e ativismo. Grupos como ProGente Connections conectam o ato a pautas locais. Em Worcester esta previsto uma mobilização com apoio de mais de 100 grupos, em Milford cidade marcada por prisões do ICE em Marlborough também estão previstos atos de protestos.
O “No Kings” canaliza a fúria de reinvindicações legítimas, mas a crise migratória exige mais que slogans, é importante a mobilização e a participação de todos, com ordem e respeito a sociedade que nos acolheu. Veja em nokings.org.