Boston, MA — 11 de junho de 2025 — Uma coalizão de organizações comunitárias brasileiras nos Estados Unidos, em conjunto com deputados estaduais brasileiros de Massachusetts atuando na causa migratória, protocolou nesta terça-feira, 11 de junho, uma carta formal ao Ministério de Relações Internacionais e ao Ministério de Direitos Humanos – denunciando violações sistemáticas de direitos humanos sofridas por imigrantes brasileiros nos EUA. A carta foi entregue ao governo brasileiro e também apresentada à ministra Macaé Evaristo, em visita oficial à cidade de Nova York na mesma data.
A comunidade brasileira nos Estados Unidos já ultrapassa 2 milhões de pessoas. Estima-se que 57% estejam em situação migratória vulnerável — com vistos temporários, green cards ou fora de status. Apesar das promessas do governo norte-americano de priorizar deportações apenas em casos com antecedentes criminais, observa-se uma intensificação preocupante de prisões indiscriminadas e violentas.
Entre os abusos denunciados estão:
- Prisões arbitrárias por agentes mascarados, sem mandado judicial, com desaparecimento dos detidos por dias antes de aparecerem no sistema do ICE;
- Transferência de pessoas para centros de detenção em estados distantes, dificultando apoio jurídico e familiar;
- Intimidação constante com viaturas migratórias estacionadas perto de igrejas, comércios e centros comunitários brasileiros;
- Casos de “tortura branca”, como a detenção em vans por até 12 horas, com restrição de comida, água e informações básicas;
- Relatos de crianças brasileiras sendo algemadas.
“Estar fora de status migratório não é crime. Imigrar não é crime — é um direito humano”, afirmam os signatários. “Mesmo imigrantes indocumentados têm garantias constitucionais sob as leis dos EUA. O que estamos testemunhando é uma crise humanitária.”
A carta pede que o Governo Brasileiro:
- Atue junto ao governo dos EUA pela aplicação da Convenção Contra a Tortura (1984) e outros tratados humanitários;
- Reforce a capacidade consular, incluindo emissão de documentos e assistência a famílias em retorno voluntário ao Brasil;
- Organize uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e organizações brasileiras nos EUA;
- Estabeleça um canal permanente de diálogo com a Embaixada e consulados brasileiros, inspirado no modelo do Consulado-Geral do Brasil em Boston.
Organizações signatárias e apoiadoras estão disponíveis para entrevistas e fornecimento de dados adicionais.
Contato para resposta:
- Alvaro Lima +1 (617) 777-4118 idiasporab@gmail.com
- State Representative Priscila Souza +1 (617) 777-4118