
Boston, 25 de Agosto de 2025 – O recente relatório do Pew Research Center, que aponta um recorde histórico de 14 milhões de imigrantes em situação irregular vivendo nos Estados Unidos em 2023, lança uma luz incômoda sobre as políticas migratórias da administração de Joe Biden. Esse aumento, que elevou o número de 11,8 milhões em 2022 para um patamar superior ao pico de 2007, levanta questionamentos sobre a condução democrata da questão migratória. Embora a defesa de uma reforma imigratória humanitária e de caminhos para a cidadania seja um princípio louvável, a abordagem leniente de Biden, caracterizada por uma postura de fronteiras virtualmente abertas, transformou o ideal de acolhimento em um cenário de descontrole, com consequências que agora desafiam a segurança e a ordem pública do país.
Inicialmente, a administração Biden apresentou suas políticas como uma resposta humanitária à rigidez da era Trump. Medidas como a implementação do sistema CBP One, que facilitava agendamentos na fronteira, e a expansão do Temporary Protected Status (TPS) para cidadãos de países como Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela foram vendidas como gestos de compaixão. No entanto, a ausência de um contrapeso em termos de fiscalização e controle fronteiriço abriu as portas para um influxo sem precedentes. O relatório da Pew revela que, dos 14 milhões de imigrantes irregulares em 2023, 9,7 milhões vieram de países além do México, com aumentos expressivos de nações como Venezuela, Colômbia e Ucrânia, muitos dos quais chegaram em busca de asilo sob políticas que, na prática, incentivaram travessias desordenadas.
Essa permissividade, embora sutilmente justificada como uma correção às políticas restritivas de Trump, revela uma falha gritante na estratégia democrata. A administração Biden não apenas subestimou a capacidade do sistema migratório americano de absorver tal volume, como também negligenciou a necessidade de uma estrutura legal e administrativa que garantisse ordem e segurança. O resultado foi um aumento de 6 milhões de indivíduos com proteções legais temporárias, muitas das quais foram revogadas por Trump em 2025, evidenciando a fragilidade de medidas paliativas que não abordaram as raízes do problema.
A escalada para 14 milhões de imigrantes irregulares não é apenas um número; é um indicativo de um sistema à beira do colapso. Estados como Califórnia, Texas, Flórida e Nova York, que concentram as maiores populações de imigrantes sem documentos, enfrentam agora pressões crescentes em seus sistemas de saúde, educação e segurança pública. A presença de 9,7 milhões de imigrantes irregulares na força de trabalho, representando 5,6% do total em 2023, embora contribua economicamente, também intensifica tensões em comunidades locais, onde a percepção de competição por empregos e recursos alimenta o ressentimento.
A administração Biden, ao priorizar gestos simbólicos de abertura, ignorou o impacto prático de suas políticas, permitindo que a narrativa de “fronteiras abertas” ganhasse força entre críticos. A responsabilidade por esse descalabro recai diretamente sobre os democratas e, em particular, sobre a administração Biden, que transformou a imigração em um campo de batalha político sem oferecer soluções concretas. A promessa de uma reforma imigratória abrangente, como o U.S. Citizenship Act de 2021, foi abandonada em meio a divisões internas no partido e à recusa em enfrentar o filibuster no Senado. Enquanto isso, medidas como a restrição ao asilo em junho de 2024, implementada tardiamente, não conseguiram reverter o dano causado por anos de permissividade. A incapacidade de equilibrar humanitarismo com governança eficaz abriu espaço para a reação conservadora, com Trump capitalizando o descontentamento público ao prometer medidas draconianas, como cortes de verbas a “cidades-santuário” e deportações em massa.
Ser a Favor da Imigração Não É Sinônimo de Esculhambação
Apoiar os imigrantes e lutar por uma reforma que viabilize caminhos para a cidadania é uma causa nobre, mas não pode ser confundida com a negligência que marcou a política migratória de Biden. Ser pró-imigração não significa endossar a esculhambação de um sistema que, sob os democratas, permitiu que a imigração irregular atingisse níveis insustentáveis. A administração democrata falhou ao não estabelecer uma estrutura que conciliasse acolhimento com ordem, deixando um legado de caos que agora alimenta a repressão migratória prometida por Trump. O aumento recorde de 14 milhões de imigrantes irregulares não é apenas uma estatística; é um testemunho da falta de visão e liderança dos democratas, que, ao priorizar a retórica humanitária, negligenciaram a responsabilidade de governar com firmeza e clareza.
A mensagem é clara: defender os direitos dos imigrantes exige mais do que boas intenções. Exige políticas consistentes, fiscalização rigorosa e um compromisso com a legalidade que respeite tanto os que buscam uma nova vida quanto os cidadãos que dependem de um sistema funcional. O descalabro migratório sob Biden não é um argumento contra a imigração, mas um alerta contra a complacência que transforma ideais em crises. Cabe agora aos democratas refletirem sobre esse fracasso e proporem um caminho que restaure a confiança pública sem ceder ao populismo repressivo que ameaça dominar o debate.