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– Em 16 de setembro de 2025, os pais de Gustavo Henrique de Oliveira, o adolescente de 16 anos brevemente detido pela Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) na sexta-feira anterior, compareceram a uma convocação no centro de detenção da agência em Burlington. Itamar de Oliveira e Lenice Keila dos Reis, que buscam asilo junto ao filho, enfrentaram o encontro às 9h, gerando temores de possível detenção e separação familiar. Até o momento, não há atualizações públicas sobre o resultado da reunião, mas a família é acompanhada pela advogada Jill Seeber, do Mabel Center for Immigrant Justice, que critica as ações da ICE como “tortura” para uma família sem histórico criminal e em processo legal regular.
O incidente começou em 12 de setembro, quando Gustavo, aluno da Milford High School e originário do Brasil, saiu de uma padaria na Main Street e foi envolvido em uma operação da ICE. Vídeos de câmeras de trânsito mostram agentes mascarados parando um carro branco em que ele viajava como passageiro, perseguindo-o após ele fugir por medo, imobilizando-o no chão (descalço e sem camisa), algemando-o e detendo-o por cerca de uma hora próximo à delegacia de polícia local.
Uma multidão se formou, e a polícia de Milford interveio para controlar o tráfego. Gustavo foi liberado na mesma noite, mas sofreu marcas nos pulsos das algemas e trauma emocional, segundo Seeber.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirma que Gustavo não era o alvo: a operação visava dois indivíduos indocumentados que fugiram a pé, e a detenção foi “rotineira” para verificar identidade e ameaça de segurança, sem conhecimento inicial de sua idade. A porta-voz Tricia McLaughlin enfatizou: “A ICE não mira em menores ou crianças”. Ao confirmar que era adolescente, os agentes ligaram para os pais, que recusaram buscá-lo por medo, levando a ICE a levá-lo para casa. O DHS promove o app CBP Home para saídas voluntárias com bolsa de US$ 1.000.
Atualizações recentes incluem uma verificação de Gustavo na ICE em Burlington na segunda-feira (15 de setembro), onde ele chegou ansioso, com o pai ligando repetidamente para a advogada. Fora do prédio, apoiadores da comunidade brasileira de Milford protestaram pacificamente com cartazes como “Educação em Vez de Deportação” e “Abolir a ICE”, aplaudindo sua saída.
No domingo, um ato mobilizou cerca de 75 pessoas no local da detenção, destacando o segundo caso em meses – em maio, o aluno Marcelo Gomes da Silva foi detido por seis dias em condições precárias. O chefe de polícia de Milford, Robert Tusino, criticou a falta de comunicação da ICE, dizendo que isso “dificulta o trabalho com a comunidade”. Seeber reforça que a família comparece às audiências de asilo e questiona: “Por que deter um menor de 18 anos?”. A intensificação de operações da ICE em Milford reflete ações federais mais amplas sob a administração Trump, afetando famílias imigrantes.


