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O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou como “mentiras descaradas” as alegações atribuídas à ativista sueca Greta Thunberg, que teria afirmado ter sofrido maus-tratos durante sua detenção em uma prisão israelense. Segundo Thunberg, ela permaneceu por horas em superfícies duras, em um ambiente infestado de percevejos, sem acesso adequado a comida e água. As acusações foram veementemente refutadas pelas autoridades israelenses. De acordo com correspondências do Ministério das Relações Exteriores da Suécia, obtidas pelo jornal The Guardian, Thunberg relatou ter desenvolvido erupções cutâneas possivelmente causadas por percevejos e sofrido desidratação durante sua detenção. Uma carta compartilhada com os pais da ativista também mencionava que ela descreveu o tratamento recebido como “severo e exaustivo” após ser detida por forças israelenses durante a expedição humanitária da Frota Global Sumud, com destino a Gaza.
The claims regarding the mistreatment of Greta Thunberg and other detainees from the Hamas–Sumud flotilla are brazen lies.
All the detainees’ legal rights are fully upheld.
Interestingly enough, Greta herself and other detainees refused to expedite their deportation and insisted…
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 5, 2025
Em comunicado divulgado no domingo por meio da plataforma X, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que os “direitos legais de todos os detidos foram plenamente respeitados”. As autoridades negaram que Thunberg tenha apresentado qualquer queixa formal sobre as alegações, que classificaram como “absurdas e infundadas”, destacando que os detidos tiveram acesso a alimentos, água, assistência jurídica e cuidados médicos. Documentos judiciais de uma audiência realizada em 5 de outubro perante o Tribunal de População e Migração de Israel, conforme reportado pela imprensa local, corroboram a versão oficial, indicando que Thunberg solicitou deportação para a Suécia, mas não registrou queixas formais de maus-tratos durante sua custódia.
Em outra publicação no X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel relatou que uma detida espanhola da mesma frota teria mordido uma funcionária médica na prisão de Ketziot. O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, classificou os participantes da frota como “apoiadores do terrorismo”, declarando estar “orgulhoso de que eles tenham enfrentado as mesmas condições que detidos terroristas”.
A Spanish citizen, a participant in Hamas–Sumud’s provocation, bit a female medical staff member this evening at Ketziot Prison after the staff member escorted her back from a routine medical examination as part of preparations for her expected deportation tomorrow.
The medical…
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 5, 2025
Thunberg, de 22 anos, estava entre aproximadamente 450 ativistas de mais de uma dúzia de países detidos após a marinha israelense interceptar, em 1º de outubro, a Frota Global Sumud, composta por 42 embarcações. A flotilha, que partiu da Turquia no dia anterior, buscava romper o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza e entregar ajuda humanitária simbólica.Outros ativistas, como o jornalista turco Ersin Çelik, integrante da frota, relataram à agência de notícias Anadolu que guardas “arrastaram Greta pelos cabelos, a agrediram e a obrigaram a beijar a bandeira israelense”.
As alegações, no entanto, não foram corroboradas pelas autoridades. O caso intensifica as tensões em torno das ações de Israel e reacende debates sobre as condições de detenção e o tratamento de ativistas em operações humanitárias na região.