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Orlando, Flórida – O sonho americano de uma família brasileira de Juiz de Fora (MG) virou um pesadelo de incertezas médicas e desafios financeiros. Fabíola da Costa, manicure de 32 anos, desmaiou repentinamente em sua casa na Flórida em 20 de setembro de 2024, mergulhando em um coma que perdura até hoje. Sem histórico de problemas de saúde, o episódio chocou o marido, Ubiratã Rodrigues, 41 anos, que agora cuida dela e dos três filhos.
O casal havia deixado Minas Gerais em 2019, passando por Nova Jersey antes de se estabelecer em Orlando, atraídos por oportunidades de trabalho. Fabíola, descrita por Ubiratã como uma mulher ativa e dedicada à família, desabou na frente dos filhos – Arthur, de 17 anos; Tiago, de 14; e Liz, de 5. O primogênito acionou o pai, que estava em viagem como caminhoneiro, e levou a mãe ao hospital. Lá, veio o drama: três paradas cardíacas seguidas e uma complicação grave durante a reanimação, com perfuração pulmonar que agravou o quadro.
Por sete longos meses, Fabíola permaneceu em UTI, sem que médicos chegassem a um diagnóstico preciso. Exames descartaram trombose e falhas cardíacas óbvias, deixando Ubiratã em um limbo de angústia. “É como se o corpo dela tivesse desligado sem motivo”, desabafou o marido em entrevista recente.
Em abril de 2025, ela recebeu alta para cuidados domiciliares, ainda em estado vegetativo persistente – imóvel, mas com respostas sutis a estímulos, como movimentos involuntários ou reações a sons.
A rotina de Ubiratã virou um ciclo exaustivo de medicação, alimentação por sonda e higiene, tudo sem pausas. Ele abandonou o emprego para se dedicar integralmente, dependendo de um plano de saúde que cobre o básico, mas ignora terapias essenciais como fisioterapia e fonoaudiologia. “Sozinho, é impossível manter a esperança”, confidenciou à CNN Brasil, destacando a solidão de imigrantes sem parentes próximos.
A família sonha com o retorno ao Brasil, onde o SUS poderia oferecer tratamentos gratuitos e o abraço de avós e tios em Juiz de Fora. Mas o obstáculo é logístico: Fabíola precisa de um transporte aéreo com UTI móvel, orçado em US$ 121 mil (cerca de R$ 670 mil). Sem isso, a alternativa é um motorhome adaptado – uma jornada terrestre repleta de riscos para uma paciente frágil.
Sem auxílio financeiro, a família recorreu a uma vaquinha online.
Organizada por Ubiratã no GoFundMe (https://www.gofundme.com/f/ajude-a-levar-a-fabiola-de-volta-pra-casa), a campanha visa custear o voo de volta ou o veículo terrestre. “Qualquer ajuda conta para trazer Fabíola para casa, onde ela pode ter uma chance real de recuperação”, implora o texto da página, que já mobilizou doações iniciais, embora o progresso seja lento.
Reportagens da Record, no programa Domingo Espetacular, viralizaram o apelo com imagens emocionantes, impulsionando solidariedade nas redes. Especialistas consultados pelo site Metrópoles alertam que estados vegetativos podem evoluir com estímulos adequados, mas o tempo urge.
Enquanto Ubiratã equilibra fraldas e esperanças, o caso expõe as fragilidades de milhares de brasileiros nos EUA: a busca pela de estabilidade econômica que desmorona ante emergências sem rede de segurança. “Queremos só uma vida normal de novo”, resume ele ao UOL.
A comunidade brasileira online responde com mensagens de fé e contribuições modestas. Para quem deseja ajudar, acesse o link da vaquinha e compartilhe: cada gesto pode ser o empurrão para que Fabíola volte ao lar. O caso segue em aberto, um lembrete doloroso de como a saúde não respeita fronteiras.
Doações podem ser feitas via Zelle: (973) 583-3053, Pix: 07049211621 ou GoFund.