JSNEWS
A segunda onda de operações de fiscalização imigratória em Massachusetts, a Operação Patriota 2.0, culminou na prisão de 1.406 imigrantes sem documentação, informou a Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) na última quinta-feira. Realizada entre 4 e 30 de setembro, a ação teve como alvo indivíduos em situação irregular no país, sendo que mais de 600 deles possuem condenações ou acusações por crimes graves.
De acordo com o comunicado da ICE, 277 dos detidos já haviam recebido ordens de deportação emitidas por juízes de imigração. Entre os presos, destacam-se seis supostos membros de gangues transnacionais notórias, como MS-13 e Tren de Aragua, além de indivíduos condenados por crimes como homicídio em segundo grau, estupro de menores, sequestro e tráfico de drogas. A operação, que contou com a participação de diversas agências federais, incluindo o FBI, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e o Serviço de Delegados Federais (U.S. Marshals Service), foi a segunda do tipo em Massachusetts neste ano.
Em maio, a Operação Patriota 1.0 resultou em 1.461 prisões, das quais 790 envolviam pessoas com “criminalidade significativa”, segundo autoridades.
O diretor interino da ICE, Todd Lyons, criticou políticas locais que, segundo ele, dificultam a cooperação com as autoridades federais. “Cada imigrante irregular preso durante a operação estava violando a lei de imigração dos EUA, e centenas eram criminosos violentos que nunca deveriam estar livres em nossas comunidades”, afirmou Lyons. Ele também responsabilizou políticos locais por manterem “políticas de santuário irresponsáveis” que, em sua visão, colocam em risco bairros, policiais e os próprios imigrantes.
Resposta das autoridades locais
A governadora de Massachusetts, Maura Healey, reiterou que o estado não é um “estado santuário” e destacou sua experiência como procuradora no combate ao crime. Já a prefeita de Boston, Michelle Wu, afirmou que a cidade cumpre as leis, incluindo a Lei da Confiança (Trust Act), que limita a colaboração de funcionários municipais com ações de fiscalização imigratória federal. Ambas as lideranças defenderam o histórico de segurança pública de Massachusetts e Boston, enfatizando o compromisso com a proteção da comunidade.
As operações de fiscalização imigratória continuam a gerar debates acalorados sobre a relação entre autoridades locais e federais, bem como sobre o impacto dessas ações nas comunidades imigrantes em Massachusetts.