
Ipatinga MG–
Na manhã desta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Exodus na região do Vale do Aço, com foco em Ipatinga (MG), para desarticular um núcleo criminoso que funcionava como uma verdadeira agência de viagens clandestina ao “sonho americano”. O grupo, investigado por promoção de migração ilegal, organização criminosa e lavagem de dinheiro, agenciou a saída irregular de pelo menos 38 brasileiros para os Estados Unidos, principalmente pela rota do México, cobrando cerca de R$ 60 mil por migrante — um proveito ilícito estimado em R$ 2,2 milhões.
A estrutura do esquema impressiona pela sofisticação: havia divisão clara de tarefas, com setores dedicados ao agenciamento (captação de clientes via redes sociais e indicações), logística (organização de voos, guias e travessias) e movimentação financeira (transferências, aceitação de veículos como pagamento e dissimulação de origem ilícita). Análises da PF revelaram transações incompatíveis com a renda declarada dos envolvidos, incluindo a troca de carros e imóveis para ocultar o dinheiro sujo.Agentes federais cumpriram dois mandados judiciais de busca e apreensão, além de sequestro e bloqueio patrimonial, em residências e empresas ligadas aos suspeitos. Embora não haja prisões divulgadas até o momento, a ação visa descapitalizar o grupo e impedir a continuidade das atividades.
O inquérito segue sob sigilo, mas a PF já aponta para ramificações regionais e possíveis conexões com coiotes mexicanos. Essa operação se soma a uma sequência de ações no Vale do Aço — epicentro histórico da emigração brasileira —, como a Muralha II (março/2025, Iapu) e a Siblings (fevereiro/2025, Governador Valadares, com R$ 43 milhões bloqueados). Enquanto o “sonho americano” continua a atrair famílias em vulnerabilidade econômica, esquemas como esse exploram a esperança, endividam comunidades e expõem migrantes a riscos mortais. A PF reforça: a lei não perdoa quem lucra com o desespero alheio.
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