Boston – O Aeroporto Internacional Logan, em Boston, integra a lista de 40 terminais aéreos mais movimentados dos Estados Unidos que sofrerão, a partir desta sexta-feira (7), uma redução de 10% no tráfego de voos, medida anunciada pela Administração Federal de Aviação (FAA) para preservar a segurança operacional em meio ao prolongado shutdown governamental. A decisão, que atinge também hubs como Nova York, Los Angeles e Chicago, reflete o colapso funcional do controle de tráfego aéreo após mais de um mês sem pagamento aos controladores – desde 1º de outubro – e a saída voluntária de parte da força de trabalho.
A Massachusetts Port Authority (Massport), que administra Logan, alertou que atrasos e cancelamentos são inevitáveis nos próximos dias. “Ainda aguardamos da FAA detalhes sobre quais voos serão afetados”, informou a porta-voz. “Recomendamos veementemente que os passageiros verifiquem o status com suas companhias antes de se dirigir ao aeroporto.” A entidade assegura que trabalha em conjunto com parceiros federais e aéreas para minimizar transtornos, mas reconhece a gravidade do cenário.
Bryan Bedford, administrador da FAA, admitiu que a agência ingressa em “território desconhecido”. “Em 35 anos de aviação, nunca vi medidas desse porte”, declarou. A ausência de salários já levou controladores a abandonar postos; com o segundo contracheque em risco na próxima semana, o secretário de Transportes, Sean Duffy, previu “caos nos céus” caso o impasse persista.
De acordo com o site de noticias Boston25, o saguão de Logan, nessa quinta-feira, a indignação era palpável. “É assustador para o país e para quem precisa trabalhar e sustentar a família”, desabafou uma passageira. Outro viajante resumiu o sentimento geral: “As pessoas vão sofrer se isso não for resolvido. Essa briga toda está ferindo quem não tem culpa.”
Especialistas estimam que centenas – possivelmente milhares – de voos serão impactados nacionalmente nas próximas semanas. Companhias aéreas orientam planejamento antecipado e flexibilidade, mas o horizonte permanece incerto enquanto o shutdown, agora em seu 37º dia, paralisa negociações orçamentárias em Washington. Para milhões de americanos que dependem do transporte aéreo, o preço da disfunção política começa a ser cobrado em bilhetes cancelados e agendas desfeitas.


