
Washington, 10 de dezembro de 2025 –
Um dos maiores tabus da política americana acabou: até mesmo democratas moderados já têm dificuldade em defender a imigração ilegal depois que a administração Biden permitiu a entrada de mais de 10 milhões de pessoas sem visto ou controle entre 2021 e 2025 – o maior fluxo de qualquer período de quatro anos na história do país. Entre esses entrantes, estima-se que pelo menos 500 mil possuíam antecedentes criminais.
O sinal enviado ao mundo foi claro: praticamente não haveria deportações nem fiscalização efetiva além da linha da fronteira. O resultado foi imediato. Pobres, doentes, cidadãos respeitosos da lei e criminosos, jovens e idosos entenderam que qualquer pessoa poderia entrar nos Estados Unidos quando quisesse. A dissuasão e a legalidade simplesmente desapareceram.
No lugar delas, instalou-se a ideia de que, se era permitido cruzar a fronteira ilegalmente, também seria tolerado permanecer ilegalmente – e, por extensão, ignorar outras leis americanas, já que o próprio governo parecia ter sancionado todas essas exceções.
Durante a histeria dos lockdowns, cerca de 8.500 militares americanos foram expulsos das Forças Armadas por recusar a vacina experimental de mRNA. Funcionários públicos em todo o país inteiro eram demitidos por não se vacinarem. Enquanto isso, milhões de imigrantes ilegais entravam sem qualquer exigência de vacinação ou teste de Covid – e corretamente concluíram que faziam parte de uma categoria protegida e privilegiada pelo governo Biden.
Entre 2021 e 2025, em um dos episódios mais bizarros da história migratória americana, a fronteira simplesmente deixou de existir: não havia checagem de antecedentes, exame médico ou identificação dos maiores contingentes já registrados.
As explicações variam. Uns apontam cálculo político: trazer milhões de pobres para ampliar o estado assistencialista e criar novas bases eleitorais para um Partido Democrata envelhecido.
Outros veem idealismo mal colocado, que acabou prejudicando justamente os cidadãos americanos mais pobres na disputa por moradia e saúde acessíveis. Há quem enxergue estratégia de longo prazo em termos de DEI (diversidade, equidade e inclusão): fazer com que os “oprimidos” superassem numericamente os “opressores brancos inertes”.
O mais estranho, porém, foi o silêncio da esquerda progressista enquanto a fronteira evaporava e milhões se espalhavam pelo país sem que ninguém soubesse quem eram, de onde vinham ou por que estavam ali.
Agora que restaurar a fronteira e localizar esses milhões é tarefa muito mais difícil do que destruí-la, a resposta democrata virou orwelliana: depois de anos tratando a lei como letra morta para quem entrava ilegalmente, exigem agora que a mesma lei seja aplicada com rigor absoluto a cada um dos 10 milhões antes de qualquer deportação. Não houve protestos quando o ICE (serviço de imigração) virou disfuncional diante da avalanche. Há indignação, porém, quando ele tenta voltar a funcionar.
O dano colateral já apareceu: a revolta popular contra a imigração ilegal contaminou até a imigração legal. Pela primeira vez em décadas, a maioria dos americanos quer reduzir ou pausar todos os tipos de entrada.
Os motivos são três:
- Nunca na história os EUA tiveram 50–55 milhões de residentes nascidos no exterior (quase 16% da população).
- Nunca o antigo credo do “melting pot” – assimilação, integração e adoção da identidade americana – esteve tão ridicularizado e atacado, exatamente quando mais necessário.
- A doutrina DEI, que divide o país entre “opressores brancos” e “oprimidos não brancos”, incentivou a visão de que imigrantes devem manter permanentemente suas identidades tribais, raciais ou religiosas, em vez de se tornarem simplesmente americanos.
O resultado prático já está nas manchetes:
- Em Minnesota, imigrantes somalis (legais e ilegais) protagonizaram o que pode ser o maior desvio de verbas assistencialistas da história do país – estimado em bilhões de dólares protegidos por lideranças locais.
- Na Califórnia, pelo menos 17 mil carteiras de motorista comercial foram emitidas para caminhoneiros ilegais sem experiência ou domínio do inglês, gerando uma onda de acidentes graves nas rodovias.
- Após 7 de outubro de 2023, campi universitários americanos viram protestos muitas vezes violentos liderados por estudantes estrangeiros (principalmente chineses, indianos e do Oriente Médio) com discursos abertamente antissemitas, apoio ao Hamas e criação de “zonas proibidas” para judeus – tudo sem punição significativa.
Em Los Angeles, cenas de imigrantes queimando a bandeira americana enquanto agitavam a bandeira mexicana resumiram a mensagem: “Queremos ficar no seu país tudo que não conseguimos construir no nosso, mas sem nos tornar americanos”.
Conclusão amarga: a geração mais recente de imigrantes conseguiu o impossível – transformar o país mais generoso e acolhedor da Terra em um dos mais resistentes à imigração em massa de qualquer tipo. Para a maioria dos americanos, a magnanimidade foi interpretada não como bondade a ser retribuída, mas como fraqueza a ser explorada e desprezada.


