JSNEWS
Providence, 22 de dezembro de 2025 – O atirador Claudio Manuel Neves Valente, de 48 anos, português, responsável pelo massacre na Brown University e pelo assassinato de um professor do MIT, tinha um histórico de comportamento abusivo durante seu breve período como doutorando na universidade.
Scott Watson, hoje professor de física na Syracuse University, foi o único amigo próximo de Valente no programa de doutorado em física da Brown, entre setembro de 2000 e o início de 2001. Em entrevistas ao The Independent e ao The New York Times, Watson revelou que Claudio Manuel insultava e chamava repetidamente um colega brasileiro de “escravo”. “Era um apelido humilhante que ele usava com frequência, e chegou ao ponto de haver uma briga física que eu tive que separar”, disse Watson. O colega brasileiro, que não foi identificado publicamente, era um dos poucos estudantes latinos no programa e sofria com os comentários depreciativos de Valente, que destacava sua origem portuguesa como “superior” em relação à do colega, evocando resquícios do passado colonial de Portugal sobre o Brasil.
Watson descreveu Claudio Manuel como socialmente desajeitado, mas academicamente brilhante. “Ele era impressionante: já dominava a maior parte do material do curso e achava as aulas fáceis demais. Isso o irritava”, contou. Claudio Manuel abandonou o doutorado após poucos meses, alegando que o programa era uma perda de tempo. Watson tentou convencê-lo a ficar, inclusive caminhando com ele até o apartamento e argumentando que era uma ótima oportunidade. Claudio Manuel recusou e voltou para Portugal.
Outros relatos corroboram o perfil arrogante. Filipe Moura, ex-colega no Instituto Superior Técnico (IST) em Lisboa — onde Claudio Manuel estudou ao lado do professor assassinado Nuno Loureiro —, publicou no Facebook e concedeu entrevista ao jornal Português Público descrevendo Claudio Manuel como alguém com “grande necessidade de se destacar” e que provocava colegas menos brilhantes com “questionamentos desnecessários”. Felipe tentou convencer Claudio Manuel a permanecer na Brown, atribuindo sua insatisfação a um choque cultural inicial, mas sem sucesso.
Claudio Manuel retornou à Brown em 13 de dezembro de 2025 e abriu fogo em uma sala de aula no prédio Barus & Holley, matando os estudantes Ella Cook (Alabama) e Mukhammad Aziz Umurzokov e ferindo nove outros. Dois dias depois, assassinou Loureiro em um condomínio em Brookline, Massachusetts. Ele se suicidou em 16 de dezembro em um armazém alugado em Salem, New Hampshire; o corpo foi encontrado em 18 de dezembro. Duas armas foram recuperadas e ligadas aos crimes.
A polícia investiga o motivo, sem indícios de que as vítimas da Brown fossem conhecidas dele. Valente obteve residência permanente nos EUA em 2017 via Diversity Visa Lottery. Sua vida profissional é desconhecida; morou em Miami e Las Vegas. A Brown confirmou que ele não concluiu o doutorado e não tinha vínculo atual com a universidade.
Claudio Manuel Neves Valente, cometeu suicídio em um depósito alugado em Salem, New Hampshire. Seu corpo foi descoberto na quinta-feira, 18.


