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A administração Trump anunciou, em 22 de dezembro de 2025, a suspensão imediata das concessões para cinco grandes projetos de energia eólica offshore em construção na Costa Leste dos Estados Unidos, afetando investimentos estimados em cerca de US$ 25 bilhões e capacidade para abastecer milhões de residências.
Os projetos paralisados incluem Vineyard Wind (Massachusetts), Revolution Wind (Rhode Island e Connecticut), Coastal Virginia Offshore Wind (Virgínia), Sunrise Wind e Empire Wind (Nova York). Embora o comunicado oficial do Departamento do Interior cite preocupações com segurança nacional – como interferência em radares causada pelas turbinas –, analistas e declarações da própria administração apontam para os altos custos como um fator central na decisão, especialmente em um momento de demanda explosiva por eletricidade nos EUA, impulsionada por data centers, inteligência artificial e crescimento industrial.
Os projetos de eólica offshore enfrentam overruns (atrasos) significativos: inflação na cadeia de suprimentos, juros altos e atrasos elevaram custos em até 40% nos últimos anos, tornando-os menos competitivos. O secretário do Interior, Doug Burgum, classificou os parques como “caros, não confiáveis e pesadamente subsidiados”, destacando que um único gasoduto de gás natural pode fornecer mais energia que os cinco projetos combinados.
Em um contexto de preços de energia já elevados e necessidade de competitividade global, a administração prioriza fontes mais baratas e confiáveis imediatamente, como gás natural e óleo, para atender à crescente demanda sem pressionar ainda mais as tarifas. Ações de desenvolvedoras como a dinamarquesa Orsted caíram mais de 11% após o anúncio, refletindo a incerteza financeira.
Enquanto os EUA enfrentam esse debate sobre custos e restrições em renováveis, concorrentes como China e Índia expandem rapidamente carvão e renováveis sem as mesmas limitações unilaterais. Em 2025, China e Índia responderam por 87% da nova capacidade de carvão global, mantendo energia barata para sua indústria, ao passo que renováveis crescem, mas sem sacrificar fontes fósseis para competitividade imediata.
A medida ocorre duas semanas após uma juíza federal derrubar ordem executiva anterior que bloqueava novos projetos eólicos. Analistas preveem desafios judiciais, mas a pausa reflete a visão da administração de priorizar “energy dominance” via fontes acessíveis, evitando aumentos de custos que poderiam prejudicar a economia americana em um período sensível de competição global


