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Em um anúncio oficial divulgado em 24 de dezembro de 2025, o Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos informou que mais de 17.500 imigrantes em situação irregular** foram presos e detidos ao longo do ano por crimes que exigem detenção obrigatória conforme a Laken Riley Act. Essa lei, a primeira assinada pelo presidente Donald Trump em seu segundo mandato, em 29 de janeiro de 2025, marca um endurecimento significativo nas políticas de imigração.
A legislação leva o nome de Laken Riley, uma estudante universitária da Geórgia assassinada em fevereiro de 2024 por um imigrante irregular venezuelano, que havia sido previamente preso e liberado. A lei determina que imigrantes sem status legal, apenas acusados (não necessariamente condenados) de delitos específicos — como furtos relacionados (incluindo shoplifting), direção sob influência (DUI/DWI), crimes violentos (homicídio, estupro, abuso sexual, agressão a policial e infrações com armas) —, devem ser detidos pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) para processamento e possível deportação.
A secretária do DHS, Kristi Noem, anunciou também a conclusão da Operation Angel’s Honor, uma operação nacional de duas semanas realizada em homenagem a Riley, que resultou na prisão de mais de 1.030 criminosos irregulares. “Em honra a Laken Riley, o ICE lançou a Operation Angel’s Honor — nas últimas duas semanas, prendemos mais de 1.000 imigrantes ilegais criminosos sob a autoridade da Laken Riley Act”, declarou Noem à Fox News Digital. Ela creditou ao presidente Trump o empoderamento das agências para combater “milhões de imigrantes ilegais criminosos” liberados por administrações anteriores.
Entre os detidos na operação, destacam-se casos graves: o cubano Sergio Luis Hernandez Gonzalez, condenado por 17 furtos, venda de cocaína e roubo de veículo; o colombiano Jersson Andrey Poveda Delgado, por agressão a policial; o dominicano Yaser Garcia Ramirez, por conspiração de tráfico de heroína, violência doméstica e obstrução à justiça; o guatemalteco Santos Chim-Diego, por resistência, agressão a policial, DUI e crueldade contra criança; o iraquiano Hamid Abdulimam Al Nassar, por exploração sexual de menor, tráfico de drogas, fraude e agressão agravada; o jamaicano Nathaniel Sterling, por abuso carnal e posse de armas; o mexicano Omar Barojas-Arenas, por sequestro; e o venezuelano Jorby Joel Escuraina-Suarez, por agressão agravada com arma.
Noem enfatizou: “Nunca poderemos trazer Laken de volta, mas podemos fazer tudo ao nosso alcance para levar esses criminosos hediondos à justiça”.
Críticas à Lei
Embora o DHS celebre a aplicação da lei como um sucesso na proteção da segurança pública, críticos alertam para seus impactos. Nayna Gupta, diretora de políticas do American Immigration Council, afirmou que a medida “não faz nada para melhorar a segurança ou consertar nosso sistema imigratório quebrado”. Segundo ela, sob o pretexto de prevenir violência, a lei força a detenção indefinida e deportação de não cidadãos que não representam risco à segurança pública, sem acesso ao devido processo básico. Além disso, concede poderes inéditos a procuradores-gerais estaduais sobre políticas imigratórias, violando direitos fundamentais.
Organizações como a ACLU reforçam que a lei pode ser usada para detenções em massa baseadas apenas em acusações, inclusive de ofensas não violentas, promovendo o que chamam de narrativa xenofóbica.
Balanço e Perspectivas
Os números divulgados pelo DHS, corroborados por fontes oficiais e reportagens de veículos como Fox News, Washington Times e Epoch Times, indicam uma aplicação vigorosa da lei ao longo de 2025. A Operation Angel’s Honor, em particular, focou em perfis de alto risco, com exemplos de condenações por crimes graves.
O debate sobre a Laken Riley Act reflete divisões profundas na sociedade americana quanto à imigração, segurança e direitos humanos. Para apoiadores, ela é uma ferramenta essencial contra criminalidade associada à imigração irregular; para os defensores de criminosos, um instrumento que prioriza deportações em massa em detrimento do devido processo. Com o ano se encerrando, a lei consolida-se como pilar da agenda imigratória do governo Trump, prometendo continuidade em operações de enforcement.


