Da Redação – A eleição para a Suprema Corte de Wisconsin, marcada para 1º de abril de 2025, transcende os limites de uma mera disputa estadual e se consolida como um dos eventos mais cruciais do ano no contexto político americano. O que está em jogo não é apenas a composição de um tribunal estadual, mas o equilíbrio de poder em nível nacional, com implicações diretas para o futuro do Partido Republicano, o controle do Congresso e a agenda conservadora impulsionada por figuras como Donald Trump e Elon Musk. No centro dessa batalha, um confronto histórico entre dois bilionários – George Soros e Elon Musk – expõe as claras divisões ideológicas que moldam os Estados Unidos hoje, trazendo à tona uma luta que, por décadas, os conservadores alertaram como real, mas que agora se desenrola abertamente.
Por que Wisconsin é um divisor de águas nacional?
Wisconsin, um estado-pêndulo crucial em eleições presidenciais, tornou-se um palco estratégico devido ao papel de sua Suprema Corte no redesenho dos distritos eleitorais (redistricting). Após a vitória apertada de Trump no estado em 2024, os mapas eleitorais atuais favorecem os Republicanos, que detêm seis das oito cadeiras na delegação da Câmara dos EUA pelo estado. No entanto, uma maioria liberal na corte – atualmente em 4-3 – poderia reverter essa vantagem antes das eleições de meio de mandato em 2026, redesenhando os distritos de forma a beneficiar os Democratas. Isso poderia resultar na perda de assentos republicanos no Congresso, enfraquecendo o controle do partido em Washington e ameaçando a agenda conservadora em temas como imigração, economia e direitos individuais.
Além disso, a corte estadual tem poder sobre questões sensíveis como leis trabalhistas, direitos reprodutivos e regulamentações eleitorais. Uma vitória do candidato conservador Brad Schimel, apoiado por Musk, garantiria que decisões futuras alinhadas aos valores republicanos – como a proteção de distritos pró-Trump e a manutenção de restrições ao aborto – prevalecessem. Por outro lado, a candidata liberal Susan Crawford, financiada por Soros e pelo Partido Democrata, poderia consolidar uma agenda progressista, ampliando o acesso ao aborto e enfraquecendo sindicatos favoráveis aos conservadores.
Essa eleição, portanto, é um teste decisivo para a influência republicana em um momento em que o partido busca solidificar os ganhos obtidos com a volta de Trump à Casa Branca em 2025. Perder Wisconsin seria um golpe não apenas local, mas um precedente perigoso para outros estados onde cortes estaduais têm poder similar.
Soros x Musk: Um embate de titãs
Por trás dos candidatos, a disputa entre George Soros e Elon Musk simboliza a guerra cultural e política que define os EUA contemporâneos. Soros, através da Open Society Foundations, há décadas injeta bilhões de dólares em causas liberais, financiando desde ONGs até campanhas eleitorais. Em Wisconsin, ele doou cerca de 2 milhões de dólares ao Partido Democrata estadual, que direcionou esses recursos para Crawford. Esse padrão de influência não é novidade: por anos, conservadores alertaram que Soros manipulava a política americana nos bastidores, uma acusação frequentemente descartada como teoria da conspiração. Hoje, porém, essa realidade está escancarada, com seu dinheiro fluindo abertamente para moldar tribunais e legislaturas em favor de uma agenda progressista.
Do outro lado, Elon Musk emerge como uma força contrária, um novo titã republicano disposto a enfrentar Soros de igual para igual. Musk investiu mais de 20 milhões de dólares em grupos como America PAC para apoiar Schimel, além de mobilizar eleitores com eventos como o de Green Bay, onde distribuiu cheques de 1 milhão de dólares.
Sua motivação vai além da política: a Tesla, sua empresa, contesta uma lei de Wisconsin que proíbe vendas diretas de veículos, um caso que pode chegar à Suprema Corte estadual. Para os republicanos, Musk representa uma esperança de equilibrar o jogo, trazendo transparência e poder financeiro para contrapor a influência de longa data de Soros.
Esse embate direto entre os dois bilionários marca uma virada.
O que antes era uma narrativa sussurrada sobre Soros agora é uma batalha pública, com Musk expondo e desafiando o domínio progressista que a Open Society ajudou a construir. Para os apoiadores republicanos, isso é mais que uma eleição – é uma chance de reverter décadas de influência liberal e proteger a soberania do povo americano contra elites globalistas.
Outras eleições judiciais no horizonte?
A eleição em Wisconsin não é um evento isolado, mas parte de uma tendência crescente de disputas judiciais estaduais que ganham relevância nacional. Em 2025, outros estados podem ver corridas similares, embora nenhuma esteja confirmada com a mesma intensidade até o momento. Por exemplo:
- Michigan: Com uma Suprema Corte estadual dividida (4-3, favorável aos Democratas), uma vaga pode abrir em 2026, coincidindo com as eleições de meio de mandato. O controle dessa corte influencia o redistricting e as regras eleitorais em outro estado-pêndulo vital para os Republicanos.
- Pensilvânia: Outra corte estadual polarizada (5-2, maioria democrata) pode ter eleições em 2025 ou 2026, dependendo de aposentadorias ou renúncias. Como Wisconsin, a Pensilvânia é crucial para o equilíbrio congressional.
No entanto, nem todos os estados elegem juízes por voto popular – muitos, como Texas e Ohio, usam sistemas de nomeação pelo governador, o que reduz a chance de disputas tão acirradas quanto a de Wisconsin. Assim, embora outras eleições judiciais possam surgir, nenhuma no curto prazo parece destinada a replicar o nível de investimento e atenção nacional visto agora, a menos que circunstâncias excepcionais (como uma vaga inesperada) elevem o perfil de uma corrida específica.
Um chamado republicano
Para os conservadores, a eleição em Wisconsin é um momento de definição. George Soros e sua Open Society moldaram a política americana por décadas, muitas vezes de forma velada, financiando uma agenda que os republicanos veem como contrária aos valores de liberdade e soberania nacional. Agora, com Elon Musk entrando na briga, os apoiadores do GOP têm uma chance real de nivelar o campo de jogo. Uma vitória de Schimel não apenas protegeria os ganhos republicanos em Wisconsin, mas enviaria uma mensagem clara: a influência de Soros não é mais incontestável, e o povo americano, e não bilionários progressistas , deve decidir seu futuro.
Em 1º de abril de 2025, os eleitores de Wisconsin não escolherão apenas um juiz. Eles determinarão se o estado permanecerá um bastião da resistência conservadora ou se cairá nas mãos de uma agenda liberal financiada por Soros. Para os republicanos, o recado é simples: vencer aqui é vencer pelo país.