Da Redação – Em um mundo onde a violência parece cada vez mais prevalente, é comum nos encontrarmos confrontados com questões profundas e dolorosas, muitas vezes vindas das mentes mais jovens e inocentes. Recentemente, enquanto acompanhava as notícias do conflito entre o Hamas e Israel, fui envolvida em um diálogo com minha filha de seis anos.
Suas perguntas, simples e diretas, refletem a natureza intrinsecamente curiosa e compassiva das crianças, e nos convidam a examinar a humanidade em meio à tragédia. No último sábado, dia marcado pelo encerramento dos feriados judaicos em Israel, o som das sirenes de alerta contra-ataques ecoou na região. O movimento palestino do Hamas lançou milhares de foguetes de Gaza, desencadeando um conflito que se estendeu por terra e mar, derrubando barreiras e fazendo reféns. A tragédia se abateu sobre comunidades, e a carnificina se tornou realidade.
Em face dessa violência, surge a voz pura de uma criança, questionando a autenticidade das imagens transmitidas e, em última instância, questionando nossa humanidade. Minha filha, ao ver as imagens, perguntou: “Mãe, isso é de verdade? Essas imagens são reais?” Uma pergunta direta, mas carregada de profundidade, que exige uma resposta sincera e difícil. “Sim, são reais”, respondi com pesar, sabendo que essa é a triste realidade que muitos enfrentam em várias partes do mundo.
A conversa evoluiu quando ela, sem perder tempo, perguntou: “Por que a pessoa está filmando ao invés de ajudar?” Novamente, uma questão que penetra o coração do dilema humano, revelando a percepção das crianças sobre nossa resposta à tragédia e nossa responsabilidade como seres humanos. Essas perguntas são um lembrete de que, embora a guerra possa parecer distante e complexa, suas consequências são tangíveis para todos, independentemente da idade.
Os eventos que se desenrolaram no último sábado não foram apenas imagens em um televisor; foram vidas destroçadas, comunidades despedaçadas e a perda dolorosa de entes queridos. O conflito entre o Hamas e Israel não é apenas uma batalha entre adversários históricos; é uma prova de nossa humanidade. Revela nossa capacidade de compaixão, de buscar a paz em vez de perpetuar a violência.
A vida na região é um mosaico complexo de esperança e desespero, onde muitos desejam apenas viver normalmente, sem o peso das restrições econômicas e o ciclo interminável de guerras.
As crianças, com sua visão descomplicada, nos lembram da necessidade urgente de buscar soluções pacíficas, de encontrar maneiras de transformar o ciclo de violência em um ciclo de compreensão e empatia. Que possamos, juntos, trabalhar para construir um mundo onde nossos filhos possam crescer em paz e segurança, onde a compaixão prevaleça sobre o ódio, e onde a verdadeira essência da humanidade seja restaurada.
Mayrla Lima