Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá meus caros leitores, à medida que o ano termina, somos naturalmente convidados a refletir sobre o que vivemos e a pensar no que desejamos para o futuro. Em meio a essa reflexão, surge uma busca essencial e universal: a busca pela paz.
No entanto, muitas vezes buscamos essa paz fora de nós, acreditando que ela está vinculada às circunstâncias ou às pessoas. Porém, a verdadeira paz só pode ser encontrada através de um processo de renovação interna, que envolve a transformação da mente e do coração. Somente ao renovarmos o que pensamos e sentimos é que conseguimos renovar nossas vidas e viver em harmonia conosco e com o mundo ao nosso redor. O mundo em que vivemos, marcado por uma rotina acelerada e cheia de pressões externas, muitas vezes nos faz esquecer que a paz não está nas situações externas, mas dentro de nós.
Trabalhamos, lidamos com as demandas sociais, enfrentamos desafios e buscamos atingir metas. E, ao longo desse caminho, nossa mente e coração podem se sobrecarregar com preocupações, frustrações, medos e mágoas. Esses sentimentos acumulados, muitas vezes, são os maiores obstáculos à paz interior. Por isso, ao chegarmos ao fim de mais um ano, é um momento oportuno para fazer uma pausa e refletir sobre como podemos renovar esses aspectos internos, a fim de encontrar a serenidade e a harmonia que tanto desejamos.
A renovação da mente é o primeiro passo essencial nesse processo. A forma como pensamos molda diretamente as nossas emoções e, por consequência, nossas atitudes.
Em um mundo onde o estresse e a ansiedade parecem ser companheiros constantes, muitas vezes nos vemos presos a padrões de pensamento negativos e autocríticos. Esses pensamentos geram um ciclo vicioso de frustração e desconforto, nos impedindo de experimentar a paz. A renovação mental não significa ignorar os desafios ou fingir que tudo está bem, mas sim desenvolver uma nova perspectiva sobre eles.
Ao cultivarmos pensamentos mais positivos, equilibrados e realistas, conseguimos enfrentar os obstáculos com mais tranquilidade e confiança. Isso exige uma prática diária de autoconhecimento e autocompaixão, onde somos gentis conosco e reconhecemos nossos limites, mas também buscamos crescimento e evolução.
Em palavras de Rainer Maria Rilke, poeta que tão bem compreendeu a alma humana: “A paz não se encontra em coisas externas, mas é algo que deve nascer dentro de nós.” Esta citação nos lembra de que, embora o mundo ao nosso redor possa ser turbulento, a paz verdadeira nasce de um processo interior. O que se passa dentro de nosso coração e mente tem um impacto direto sobre como vivemos o mundo exterior. Por isso, ao renovarmos nossa mente, não estamos apenas mudando nosso pensamento, mas também criando uma nova forma de estar no mundo. Além disso, a renovação do coração é fundamental nesse caminho de transformação.
O coração não se refere apenas às nossas emoções, mas aos nossos vínculos mais profundos, à nossa capacidade de amar e perdoar. Durante o ano, é natural que tenhamos vivido situações que nos magoaram, que nos frustraram ou nos afastaram de pessoas que amamos. O ressentimento, a raiva e o medo são emoções poderosas que, quando não processadas, podem se tornar bloqueios internos. O processo de renovação do coração envolve, portanto, a prática do perdão — tanto para os outros quanto para nós mesmos.
Perdoar não significa esquecer ou justificar, mas liberar o peso emocional que essas experiências carregam, para que possamos seguir em frente mais leves e com mais amor.
Na Bíblia, encontramos um versículo que reforça essa ideia de renovação e paz interior: “E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:7). Este versículo nos lembra que a verdadeira paz, aquela que transcende as circunstâncias, vem de Deus e é capaz de guardar nosso coração e mente.
Quando buscamos essa paz divina e nos entregamos a um processo de transformação interna, somos envolvidos por uma serenidade que vai além da compreensão humana, protegendo-nos dos tumultos da vida. É importante lembrar que o perdão também está ligado ao perdão a nós mesmos.
Muitas vezes, somos nossos próprios maiores críticos, carregando uma carga de autocobrança e culpa que nos impede de viver em paz.
Ao renovarmos nossa relação consigo mesmos, aceitando nossas falhas e imperfeições com compaixão, abrimos espaço para a paz interna. Somente quando conseguimos olhar para dentro com gentileza e aceitação, podemos liberar as tensões que nos mantêm em constante agitação.
Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. – Isaías 26:3
Ate a Próxima Semana !!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com