JSNEWS: Washington, 13 de agosto de 2025 – Desde sua posse em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou uma política migratória de linha dura, marcando o início de uma operação de deportação em escala sem precedentes, que já resultou na detenção de mais de 300 mil imigrantes em situação irregular nos primeiros seis meses de seu segundo mandato. A estratégia, que contrasta com a abordagem mais permissiva do governo anterior de Joe Biden, tem gerado intensos debates, protestos e críticas de organizações de direitos humanos, enquanto a Casa Branca celebra os resultados como uma vitória para a segurança pública.
Nessa terça-feira, 12, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou em coletiva de imprensa que as detenções, conduzidas pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) e pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), alcançaram números recordes. “Mais de 300 mil criminosos imigrantes ilegais foram presos em nosso país desde o início desta administração, sendo quase 70% deles indivíduos com acusações ou condenações criminais prévias”, afirmou Leavitt. Ela destacou que a maioria das prisões visa “eliminar ameaças à segurança das comunidades americanas”, retornando os detidos aos seus países de origem.
Os números divulgados pelo CBP indicam uma redução significativa nas travessias ilegais na fronteira com o México, registrando 24.628 interceptações em julho, o menor índice mensal já registrado, superando o recorde anterior de junho. Na fronteira sul, as detenções caíram para 4.601, uma queda de 24% em relação ao mês anterior e de 92% comparado a julho de 2024, quando a política migratória de Biden, criticada por sua leniência, ainda vigorava.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, celebrou os resultados, declarando: “Esta é a fronteira mais segura que já existiu.”A intensificação das operações migratórias, no entanto, não ocorreu sem controvérsias. Durante o governo Biden, a crise migratória se agravou, com números recordes de travessias na fronteira sul, o que Trump explorou como promessa de campanha para retomar o controle. Desde seu retorno à Casa Branca, operações em tribunais, residências e locais de trabalho se multiplicaram, com a presença de agentes do ICE se estendendo a estados onde tais ações eram raras.
Para atender à demanda, centros de detenção temporários foram rapidamente superlotados, levando à adaptação de instalações militares e à construção de novos locais, como o Alligator Alcatraz, na Flórida, e outro em fase de conclusão no Texas. Organizações como a Human Rights Watch (HRW) denunciaram as condições desumanas nos centros de detenção, relatando celas superlotadas, imigrantes dormindo no chão sob luzes de néon permanentes e falta de higiene básica. Essas críticas levantam questionamentos sobre a conformidade das operações com padrões internacionais de direitos humanos. Além disso, a decisão de Noem de eliminar limites de idade para o ingresso no ICE, que já atraiu mais de 100 mil candidaturas de “patriotas americanos” para reforçar as deportações, intensificou o clima de polarização.
A política migratória de Trump, que inclui a promessa de realizar “a maior deportação da história”, reflete uma guinada conservadora que contrasta com a abordagem de Biden, marcada pela flexibilidade na fronteira, conhecida como: chegar, entrar e ficar.
Enquanto a Casa Branca defende a redução drástica nas travessias ilegais e a ausência de liberações sob condicional em julho, críticos apontam que a repressão generalizada pode violar direitos fundamentais e agravar tensões sociais. A administração Trump, por sua vez, mantém o discurso de que as medidas são essenciais para restaurar a segurança e a ordem.