
Boston, 20, de Agosto de 2025 – A administração do presidente Donald Trump anunciou uma nova diretriz que intensifica a análise do requisito de “bom caráter moral” para imigrantes que buscam a cidadania norte-americana. Conforme reportado por veículos como CBS News, Washington Post e The Independent, a U.S. Citizenship and Immigration Services (USCIS) emitiu um memorando na sexta-feira, 15, orientando seus oficiais a adotarem uma abordagem mais “holística e rigorosa” na avaliação de candidatos à naturalização.
Historicamente, o “bom caráter moral” era avaliado com base na ausência de crimes graves, como homicídio, ou condutas desqualificantes, como embriaguez habitual, conforme estipulado pela lei de imigração dos EUA. A nova política, no entanto, amplia o escopo, exigindo que os oficiais considerem tanto atributos positivos quanto comportamentos que, embora legais, possam ser considerados contrários às normas sociais. Entre os fatores positivos estão envolvimento comunitário, cuidado familiar, educação e civilidade, emprego estável e pagamento de impostos. Já os negativos incluem infrações de trânsito recorrentes, assédio ou solicitações agressivas que pode ser entendido como um comportamentos coercitivos ou inadequados a cultua americana que, embora não necessariamente criminosos, são vistos como contrários às normas sociais ou éticas aceitas, que agora podem ser usados como base para rejeição de pedidos.
O porta-voz da USCIS, Matthew Tragesser, defendeu a medida como parte do esforço para “restaurar a integridade” do sistema imigratório, afirmando que a cidadania dos EUA é o “padrão ouro” e deve ser reservada aos “melhores dos melhores”. A diretriz também inclui a triagem de redes sociais para identificar atividades “anti-americanas”, como postagens com conteúdo racistas ou anti Estados Unidos, ampliando a vigilância sobre os candidatos.
Críticos, como Doug Rand, ex-oficial da USCIS na administração Biden, argumentam que a política visa intimidar imigrantes legais, expandindo os motivos para negação de cidadania ao incluir comportamentos menores ou subjetivos. A medida, segundo Rand, “distorce a definição de bom caráter moral” para dificultar o acesso à cidadania.
Com cerca de 600.000 a 1 milhão de naturalizações anuais desde 2015, a mudança pode impactar milhares de candidatos, especialmente em um contexto de políticas migratórias mais restritivas da administração Trump, que incluem cortes em admissões de refugiados e aumento da fiscalização de imigrantes legais.