JCEDITORES – Por trás da aclamação demonstrada pela imprensa progressista dos Estados Unidos sobre a rápida ascensão da vice-presidente Kamala Harris (Dem.) como provável candidata do seu partido a disputada à presidencial deste ano, os legisladores democratas estão particularmente ansiosos com a perspectiva de derrotar o ex-presidente Trump (Rep.), embora reconheça que ela não foi testada como candidata e enfrenta sérios desafios.
O sentimento de ansiedade, em sua maior parte, foi deixada de lado quando Biden decidiu desistir de sua candidatura à reeleição, os legisladores democratas estão felizes em apoiar Kamala na esperança de que ela possa reanimar eleitores mais jovens e de outras minorias.
Mas estão surgindo algumas preocupações sobre a capacidade de Kamala em falar aos eleitores brancos pobres da classe trabalhadora e dos sindicatos, especialmente nos estados do Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, estados esses que foram fundamentais para derrotar Trump nas eleições passadas.
Kamala em 2020 não era uma candidata forte ou mesmo carismática e desistiu das primárias democratas antes das convenções de Iowa. A desconfiança é de que ela não tenha as habilidades políticas que serão cruciais num momento em que quase todo o Partido Democrata está se unindo a ela.
É importante lembrar que Kamala não está fazendo campanha para as primárias. Ela é a candidata indicada por Biden e conta com milhares de pessoas trabalhando para ela, boa parte da maquina administrativa esta a seu favor. Mas considerados esses fatores, é importante dizer que Kamala ou Trump não terão vitória fácil, a disputa será acirrada.
Uma pesquisa do Emerson College com eleitores registrados em estados indecisos realizada de 22 a 23 de julho revelou que Trump liderava com 46% a 45% em Michigan e 48% a 46% na Pensilvânia, enquanto ambos os candidatos empataram em 47% em Wisconsin.
O Sen. Bernie Sanders (I-Vt.) e seus aliados dizem que Kamala precisa fazer muito mais para conquistar os eleitores operários desses estados (Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), Sanders e seus apoiadores não ficaram satisfeitos quando Biden o afastou da administração depois dele ter trabalhado em estreita colaboração com seus principais conselheiros para elaborar um plano econômico progressista para os primeiros 100 dias do seu segundo mandato.
“Para que ela se torne presidente, Kamala terá que falar sobre questões que impactam a vida de 60% dos americanos, que são os trabalhadores que vivem de salário em salário,” disse Sanders a imprensa americana na semana passada.
Para Sanders, não está claro se Kamala será uma candidata forte o suficiente para derrotar Trump em Novembro e vê a imagem construída pela da Vice-presidente fortemente associada ao direito ao aborto e a politica favorável a imigração da atual administração e não ao combate às desigualdades econômicas, para Sanders, essa preferência tornou-se visível durante os seus três anos da atual administração.
Um outro grande motivo de preocupação entre os democratas é um terceiro candidato independente, Robert F. Kennedy Jr., que poderia acabar drenando os votos da ala mais conservadora dos Democratas que são os eleitores da classe trabalhadora alinhados com os sindicatos no Centro-Oeste industrial, o cinturão da ferrugem, que sofreu com a desindustrialização do país.