REUTERS – Após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistir da candidatura à reeleição, as doações para os democratas dispararam. A campanha online arrecadou em torno de US$ 50 milhões somente no domingo, 21, conforme a ActBlue, plataforma de arrecadação de fundos do partido.
Segundo o The New York Times, esse foi o maior dia de arrecadação dos democratas em quatro anos, desde a eleição de 2020. Até então, a campanha tinha cerca de US$ 96 milhões em caixa.
Ainda de acordo com o jornal, com a expectativa de a vice-presidente Kamala Harris assumir o comando da chapa do partido, os doadores demonstraram entusiasmo para mais doações para os democratas.
Biden anunciou na tarde de domingo que desistiu da corrida eleitoral americana. O democrata, que tem 81 anos, não resistiu à pressão de seu partido para se retirar da disputa em prol de uma candidatura mais competitiva.
Os pedidos para que Biden desistisse aumentaram após o desempenho desastroso no primeiro debate contra o ex-presidente Donald Trump. Na ocasião, ele se mostrou hesitante, confuso e até com dificuldades para falar, o que levantou preocupação em relação ao seu estado de saúde.
O anúncio da desistência foi feito por meio de uma carta publicada nas redes sociais. Biden disse que vai explicar melhor sua decisão em um pronunciamento à nação. Na quarta-feira, 19, o presidente americano testou positivo para covid-19.
“Eu falarei com a nação, mais tarde, ao longo desta semana, com mais detalhes sobre a minha decisão”, escreveu, na carta divulgada nas redes sociais. “Essa foi a maior honra da minha vida ser presidente [dos Estados Unidos]”.
Biden destacou que era sua intenção se manter na corrida presidencial pela Casa Branca, mas que sua decisão leva em consideração o melhor para seu partido e para o país. No comunicado, divulgado no X, Biden também endossa o nome de Kamala Harris como candidata do partido democrata.
A pesquisa Reuters/Ipsos, divulgada na última terça-feira, 16, mostrou Trump e Biden tecnicamente empatados. Trump tinha 43% das intenções de voto, enquanto Biden 41%. Eles estavam empatados dentro da margem de erro do levantamento, que é de 3 pontos percentuais.
O que pesou para a desistência foram as dúvidas sobre sua capacidade de governar. Quase dois terços dos democratas queriam que ele desistisse da disputa, de acordo com uma pesquisa divulgada no dia 17 de julho pela Associated Press e pela NORC, uma instituição de pesquisa independente da Universidade de Chicago.