JSNEWS – Na ultima sexta-feira, 26, um quadro de especialistas da Food and Drug Administration (FDA) recomendou a aprovação da vacina contra o coronavírus da Johnson & Johnson, mas a Arquidiocese de Nova Orleans ofereceu uma opinião diferente. Tomar a vacina Johnson & Johnson, disse a Arquidiocese, “seria imoral”.
“A arquidiocese deve instruir os católicos de que a última vacina da Janssen/Johnson & Johnson está moralmente comprometida, pois usa uma linha de células derivada do aborto no desenvolvimento e na produção dessa vacina”, disse a Arquidiocese de Nova Orleans em um comunicado na sexta-feira.
Por essa declaração a arquidiocese entra em conflito com o Vaticano e o Papa Francisco, que têm sido publicamente pró-vacina. Em dezembro passado, o Vaticano aprovou o uso de vacinas “que usaram células fetais em seu processo de pesquisa e produção”, acrescentando que isso é “moralmente aceitável“, embora o papa ainda não tenha tratado especificamente da vacina produzida pela Johnson & Johnson.
Como alguns centro de vacinação estão instalados em anexos e imóveis de centros religiosos a manifestação da arquidiocese pode afetar os esforços de vacinação em Nova Orleans e reforçando o movimento anti-vacinas.
Há um debate de longa data na Igreja Católica sobre a aceitação de vacinas e o tratamentos que usam Células tronco de fetos, baseados nas células HEK293, que de acordo com o site Religon Service, elas foram clonadas de um feto abortado no início da década de 1970.
Porém as células usadas na vacina Johnson & Johnson, não são do tecido fetal original.
No caso das vacinas contra o coronavírus, o Vaticano disse que elas “podem ser usadas em boa consciência” dada a gravidade da pandemia e mesmo porque a conexão da vacina com o aborto original é remota.
O Papa Francisco tomou a vacina da Pfizer, e no mês passado o governador da Cidade do Vaticano disse que os funcionários que não querem tomar a vacina poderiam ser sancionados ou demitidos.
Embora a Arquidiocese de Nova Orleans tenha concordado com a aprovação do Vaticano sobre as vacinas da Moderna e Pfizer porque elas só utilizam as células-tronco clonadas para testes, porem a Arquidiocese destacou que a vacina da Johnson & Johnson usa essas células na fabricação.
“Aconselhamos que, se a vacina Moderna ou Pfizer estiver disponível, os católicos devem optar por receber qualquer uma dessas vacinas em vez de receber a nova vacina Johnson & Johnson devido ao seu uso extensivo de células derivadas do aborto”, diz o comunicado.
Alguns clérigos católicos foram mais longe. O Bispo Joseph E. Strickland em Tyler, no Texas, twittou repetidamente que os católicos não devem tomar nenhuma das três vacinas. “O fato é que qualquer vacina disponível hoje envolve o uso de crianças assassinadas antes mesmo de nascerem”, tuitou em janeiro. “Eu renovo minha promessa… Não prolongarei minha vida usando crianças assassinadas. Isso é o mal ACORDEM!
O tecido fetal proveniente do aborto tem sido essencial para a pesquisa científica há décadas. Pesquisadores usaram essas células para a encontrar tratamentos para uma ampla gama de doenças, incluindo ebola e câncer. Também tem sido crucial para estudar o sistema imunológico.
O tratamento que Donald Trump usou quando contraiu o Covid-19 foi testado usando células humanas, apesar dele ter suspendido o financiamento federal para pesquisas científicas em 2019.
A vacina Johnson & Johnson oferece uma vantagem estratégica para a implantação de vacinas à medida que a demanda continua a superar a oferta seja pela dose única que permite inoculações mais rápidas e generalizadas, como ela também pode ser armazenada em uma geladeira comuns por meses.
Até agora, o estado da Louisiana administrou cerca de 690.000 doses de vacinas coronavírus, cobrindo quase 15% da população do estado.