Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores, nos últimos meses falamos de vários assuntos ligados a reflexões de si mesmo. E hoje resolvi falar sobre as máscaras que escondem os sentimentos.
Passamos por um período crítico da pandemia muitos criaram o hábito de desviar a atenção para qualquer coisa que impedisse de olhar para dentro de si próprio. Evitando assim, o contato com as ondas emocionais, usando máscaras que escondem os sentimentos, navegando sem rumo e sem destino na internet; o falatório televisor de alguns programas de amenidades ou de catástrofes, também são ótimos para quem não quer dar ouvidos ao chamamento interior; os sons musicais podem manter em silêncio os sentimentos que não devem se manifestados.
Atividades de lazer e diversão são coisas boas, refazem as energias e trazem alegria.
O problema é quando elas são usadas como uma distração para não nos aproximarmos de sentimentos que não queremos lembrar que existem, e muitas vezes até esquecemos mesmo que eles existem. Essa atitude com certeza, só vai mantê-lo aprisionado e refém de si mesmo, enquanto achar que aprisiona a emoções que não quer confrontar. Por mais que tente ignorá-las e recalcá-las, mesmo lá no fundo das sombras e do isolamento, essas emoções não se acanham e não se intimidam.
Enquanto baixar a guarda pensando que são inofensivas, elas articulam artimanhas capazes de torná-lo frágil, irritável e instável. Neste momento, tudo começa a incomodar: o parceiro, o vizinho, o trabalho. Quando começa a ficar complicado demais, então tenta recomeçar: vida nova! Outra casa noutro lugar, novo trabalho para animar, nova companhia para compartilhar. Acredita que pode começar tudo do zero, tudo novo. Mas aos poucos, percebe que tudo começa de novo.
Mudar de casa, de trabalho, de companheiro, não muda as emoções sofridas que estão guardadas. Com o tempo, as mesmas insatisfações voltam, voltam as mesmas fragilidades, irritabilidades e instabilidades. Percebe-se, então que os problemas acompanham para qualquer lugar em que vá, não importa a distância nem o ambiente, não importa a atividade nem as pessoas da coletividade. Tudo volta ao que era.
Em suma, somente as máscaras sociais os mantêm a salvo da exposição. Além das tentativas frustradas de encobrir ou fugir do encontro indesejado com os sentimentos, existe o problema do convívio social, seja por prazer, diversão ou obrigação. Segundo Hammed, “Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos apresentados perante os outros. Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos: ‘‘eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma aparência de falsa humildade e compreensão…” Viver escondendo de si próprio, acaba sendo cansativo e frustrante.
Mas não se pode transformar aquilo que não se pode perceber. Por isso faz-se necessário entender o que se passa dentro de si encontrar a forma de reverter as emoções tóxicas. Muitas influências externas ficaram acumuladas em seu ser, estruturaram a sua personalidade, moldando-o às aceitações ou imposições de terceiros.
Tanto que isso acabou ficando como uma visão de si para si mesmos. Mas lá no fundo, aquela insatisfação constante alerta-o para um chamado sem palavras. Afirmando que as palavras que ou viu e gravou não eram suas, em verdade.
O ser humano, não é só os sentimentos. Ele tem a plena capacidade de conduzir os sentimentos e pensamentos para um padrão mais positivo e construtivo. Basta assumir a transformação interior e a responsabilidade pela própria vida. Ninguém pode efetuar este processo de transformação por você, mas é possível afirmar que a transformação interior é necessária ela tem a capacidade de trazer a compreensão e aceitação das emoções, sejam elas quais forem. Realizar trabalhos de observação e análise da vida interior, aceitar plenamente o conjunto dos sentimentos, sem culpa ou julgamento, traz a consciência do mundo emocional.
A transformação das emoções de negatividade é mais bem sucedida quando baseada em sentimentos genuínos para fazer essa troca. Esses sentimentos são o conjunto dos valores e virtudes orientados pela consciência, pela alma. Portanto, reafirme suas qualidades, seus pontos fortes, faça conexões profundas e sinceras com você mesmo, valorize-se.
A única maneira de ficar bem em qualquer lugar e com qualquer pessoa é quando você está bem com a sua própria companhia.
Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. 2 Timóteo 1:7 Ate a próxima semana!!
Eliana Pereira Ignacio é psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnews.com