Da Redação – A brasileira Juliana Peres Magalhães, 24, confessou, nesta terça-feira, 29, que se envolveu em um homicídio dentro de uma mansão nos Estados Unidos, onde trabalhava. Ela era babá da família e teve um caso com o dono da casa e ajudou a planejar a morte da mulher dele em fevereiro de 2023.
O Crime
De acordo com os promotores, Juliana estava tendo um caso com seu empregador, Brendan Banfield.
Na manhã de 24 de fevereiro de 2023, a polícia encontrou a esposa de Brendan, Christine Banfield, de 37 anos, quase morta após ser esfaqueada. Havia também um corpo de homem que posteriormente foi identificado como Joseph Ryan, de 38 anos, morto a tiros na casa dos Banfields em Herndon, cerca de 32 km a noroeste da capital americana. Christine Banfield morreu após ser levada para o hospital.
Juliana Peres Magalhães foi acusada em outubro de 2023 de homicídio de segundo grau pela morte a tiros de Ryan.
Steve Descano, o advogado do Fairfax County Commonwealth, disse aos repórteres na terça-feira que, como parte de um acordo judicial, Magalhães se declarou culpada de homicídio culposo pela morte a tiros de Ryan. Seu julgamento estava marcado para começar em novembro.
Acordo judicial rebaixa pena
Como parte do acordo judicial, os promotores rebaixaram a acusação de homicídio que ela enfrentava e concordaram em recomendar que Juliana fosse libertada, levando em consideração o tempo cumprido após o julgamento de Brendan Banfield, se ela continuar a cooperar com as autoridades. Brendan deve ser julgado em fevereiro.
Juliana, cuja sentença estava marcada para sair em 21 de março, agora pode pegar até 10 anos de prisão, de acordo com o Fairfax County Commonwealth Attorney’s Office.
Se a brasileira tivesse sido condenada pela acusação de assassinato, ela poderia ter pegado mais de 40 anos de prisão.
“O acordo de hoje foi um passo significativo neste caso”, disse Descano que se recusou a compartilhar detalhes adicionais sobre o que levou ao acordo, citando o julgamento pendente de Brendan. O dono da casa foi acusado em setembro de homicídio qualificado nas mortes de sua esposa e de Ryan.
Os advogados de Juliana e Brendan não responderam imediatamente aos pedidos de comentários do NYT, na terça-feira à tarde.
O que aconteceu na mansão
- Brendan criou um perfil de Christine em uma rede social voltada para encontros.
- Por meio da internet, ele marcou um encontro com um homem chamado Joseph Ryan na casa do casal.
- Juliana teria se passado por Christine em uma conversa por áudio com Ryan em um aplicativo de mensagens.
- Ryan foi atraído até a casa do casal e morto a tiros por Juliana e Brendan.
- Christine foi assassinada a facadas por Brendan.
- Para disfarçar o crime, Juliana e Brendan se passaram por vítimas. Eles alegaram que Ryan teria invadido a casa armado e matado Christine e para se defender, os dois atiraram nele.
Juliana Peres Magalhães começou a trabalhar para os Banfields em 2021 como cuidadora de crianças. Algum tempo depois, disseram os promotores, ela e Banfield começaram a ter um caso que durou meses.
Inicialmente, Banfield e Juliana disseram à polícia que, em 24 de fevereiro de 2023, a brasileira viu Ryan entrar na casa dos Banfield e que Brendan Banfield atirou em Ryan enquanto este homem esfaqueava Christine. Mas, em uma audiência na terça-feira, os promotores compartilharam novos detalhes sobre o que aconteceu na casa naquela manhã.
Eric Clingan, procurador adjunto do Fairfax County Commonwealth, disse que, depois que Juliana e Brendan começaram seu affair, o dono da casa começou a expressar o desejo de matar sua esposa, informou o The Washington Post.
Brendan então criou uma conta no FetLife, que se descreve como uma comunidade online para pessoas interessadas em práticas sexuais pervertidas, para atrair Joseph Ryan para a casa dele, informou o The Post.
Na manhã de 24 de fevereiro de 2023, Brendam e Juliana levaram a filha do casal para o porão. Banfield então atirou na cabeça de Ryan e esfaqueou sua esposa, de acordo com o The Post. Em algum momento, Juliana também atirou em Ryan depois que ela o viu se mover dando o “golpe final”.
O The Post relatou que Eric Clingan disse em uma audiência em setembro que a polícia acreditava que os corpos de Ryan e Christine Banfield tinham sido movidos para fazer parecer que Brendan Banfield tinha tentado impedir um ataque de Ryan.