EURONEWS – Declaração do presidente americano vem dias após o Pentágono anunciar ter colocado 8.500 militares em “alerta máximo” para um possível destacamento para países aliados. Ocidente teme ataque iminente da Rússia à Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira (28/01) que deslocará “no curto prazo” tropas americanas ao Leste Europeu devido ao aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia. No entanto, ele antecipou que não serão “muitas“.
Os comentários de Biden vieram dias depois de o Pentágono ter anunciado que colocou 8.500 militares, atualmente em solo americano, em “alerta máximo” para um possível destacamento para países aliados no Leste Europeu.
“No curto prazo, deslocarei as tropas dos EUA para o Leste Europeu e países da Otan. Não serão muitas”, disse Biden a repórteres em Washington, após visitar Pittsburgh, na Pensilvânia.
Biden não deu mais detalhes, e os seus comentários vieram horas após o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, ter insistido para que “a Rússia se retire e procure uma resolução através da diplomacia”.
As tensões aumentaram entre Rússia, EUA e os aliados por causa da mobilização de 100.000 militares russos na fronteira ucraniana, gerando receios de um possível ataque russo ao território ucraniano, como o que ocorreu em 2014, resultado na anexação da península da Crimeia para a Rússia.
Washington acredita que um ataque russo à Ucrânia é “iminente” e pode ocorrer já em fevereiro. Moscou nega repetidamente que invadirá a Ucrânia.
Tropas não irão para Ucrânia
O Pentágono reiterou que não enviará tropas para o solo ucraniano e insistiu que, se ocorrer, a maioria dos soldados que estão em “alerta máximo” atuará em países da Otan. A entidade também não excluiu a utilização dos militares já mobilizados em bases na Europa.
A Ucrânia não faz parte da Otan e, justamente uma das exigências do Kremlin nas negociações diplomáticas é que a aliança militar não aceite o país como membro.
Dezenas de milhares de soldados americanos estão regularmente estacionados na Europa, incluindo cerca de 35.000 na Alemanha, mesmo fora dos tempos de crise.
No contexto de tensões na fronteira ucraniana-russa, a Otan anunciou no início desta semana que aumentaria sua presença na Europa Oriental. Vários estados membros da aliança militar ocidental querem enviar navios adicionais para o Mar Báltico e aviões de combate para países como Lituânia, Romênia e Bulgária.