REUTERS – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que seu governo perdoará 10 mil dólares em empréstimos estudantis para milhões de universitários endividados, uma medida que tende a aumentar o apoio a seus colegas democratas nas eleições parlamentares de novembro, mas também pode alimentar a inflação.
O cancelamento da dívida liberará centenas de bilhões de dólares para novos gastos do consumidor que podem ser destinados à compra de moradias, acrescentando um novo fator à luta contra a inflação no país, segundo economistas.
“Conseguir um diploma universitário ou certificado deve dar a cada pessoa nos Estados Unidos uma vantagem para garantir um futuro brilhante. Mas para muitas pessoas, a dívida de empréstimos estudantis impediu sua capacidade de alcançar seus sonhos, incluindo comprar uma casa, iniciar um negócio ou fornecer para sua família”, disse o secretário de Educação, Miguel Cardona, em comunicado.
Muitos democratas pressionaram para que Biden perdoasse até 50 mil dólares por estudante, mas aplaudiram sua ação mesmo com valor mais baixo. Os republicanos, que tentam recuperar o controle do Congresso nas eleições de novembro, argumentam que a medida ajudará desproporcionalmente as pessoas que ganham rendas mais altas.
Os consumidores norte-americanos carregam uma enorme dívida de empréstimos estudantis de 1,75 trilhão de dólares, a maior parte detida pelo governo federal, resultado dos custos universitários mais altas do que na maioria dos outros países ricos.
O governo de Biden estenderá uma pausa iniciada na pandemia da Covid-19 no pagamento de empréstimos estudantis até o final do ano, perdoando 10 mil dólares em dívidas estudantis para mutuários cuja renda cai abaixo de 125 mil dólares por ano, ou 250 mil dólares para um casal, disse a Casa Branca. A ação pode impactar 8 milhões de devedores automaticamente, disse o Departamento de Educação, enquanto outros precisarão solicitar o perdão.
Cortar 10 mil dólares em dívida federal para cada aluno equivale a 321 bilhões de dólares em empréstimos estudantis federais e elimina todo o saldo para 11,8 milhões de devedores, ou 31% deles, mostra um estudo do Federal Reserve de Nova York.
Os saldos dos mutuários estão congelados desde o início do surto da Covid-19, sem a obrigação de pagamentos na maioria dos empréstimos estudantis federais desde março de 2020.