EFE – O vencedor das eleições presidenciais dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou na terça-feira (17) por telefone com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e prometeu ajudar a América Latina a superar a crise econômica e de saúde causada pela pandemia do novo coronavírus, além de saudar a decisão do país sul-americano de redigir uma nova constituição.
Piñera é o primeiro líder latino-americano a falar por telefone com Biden desde que a imprensa dos EUA projetou a vitória do democrata sobre o atual chefe de governo, Donald Trump, no último dia 7. O democrata já esteve em contato também com líderes de Índia, Israel e África do Sul.
Na conversa com Piñera, Biden lhe agradeceu por felicitá-lo por sua vitória eleitoral e expressou seu profundo desejo de aprofundar a relação dos EUA com o Chile, segundo comunicado emitido pelo gabinete pelo ex-vice-presidente americano.
Imigração e crise climática são prioridades
“(Biden) Parabenizou o presidente Piñera pela recente decisão do Chile de atualizar sua Constituição de uma forma que conduza a uma democracia mais forte e equitativa. Ele também se comprometeu a trabalhar estreitamente com o Chile para ajudar as Américas a se recuperar dos desafios econômicos e de saúde pública apresentados pela pandemia da covid-19“, disse a nota.
O democrata também afirmou que trabalharia para “fortalecer as instituições hemisféricas, administrar a migração regional e reconstruir a cooperação para enfrentar desafios globais, como a mudança climática“, encerrou o texto.
Biden revelou que já esteve em contato com 13 líderes mundiais, aos quais está gradualmente retornando chamadas para parabenizá-lo.
“Isto é menos sobre mim do que sobre as circunstâncias. Há um tal grau de entusiasmo e expectativa (no mundo) que vamos ter dificuldade para nos adaptarmos a ele. Mas minha mensagem principal é que a América está de volta, e isto não é mais ‘América sozinha‘”, frisou o ex-vice-presidente durante uma reunião com seus conselheiros de política externa.
O primeiro líder com quem Biden falou ao telefone foi o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no dia 9. Ele também esteve em contato com os líderes da França, Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Japão, Austrália e Coréia do Sul, assim como com o papa Francisco.
As duas maiores potências da América Latina – México e Brasil – ainda não reconhecem a vitória de Biden, contestada por Trump, que alega fraudes, embora sem mostrar provas. Rússia e Coreia do Norte também ainda não cumprimentaram o democrata.
Contatos com Índia, Israel e África do Sul
Na terça-feira, Biden também falou com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e manifestou seu interesse em fortalecer a aliança bilateral com “a primeira vice-presidente com raízes no sul da Ásia“, Kamala Harris, cuja mãe era indiana.
O vencedor das presidenciais americanas espera “trabalhar com Modi para combater a pandemia do coronavírus, enfrentar a crise climática, impulsionar a recuperação econômica global, fortalecer a democracia no mundo e manter uma região segura e próspera na Índia-Pacífico“, de acordo com a nota.
Biden também conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um aliado de Trump que, no entanto, foi um dos primeiros a felicitar o democrata, e também com o presidente de Israel, Reuven Rivlin.
Outro com quem o ex-vice-presidente esteve em contato foi o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa da África do Sul, primeiro líder africano com quem falou desde a vitória. Ele expressou a intenção de aprofundar a parceria dos EUA com instituições, governos e cidadãos africanos.