Da Redação – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os membros do United Auto Workers (UAW) mereciam um “aumento significativo” de salários, durante seu discurso hoje aos membros do sindicato que faziam um piquete na frente de um centro de distribuição da General Motors, em Michigan.
O ato do presidente ocorre em meio à corrida para a reeleição ao cargo. “As empresas estiveram em dificuldades, mas agora elas estão se dando incrivelmente bem. E, adivinhe, você também deveria estar incrivelmente bem”, disse Biden, ao discursar para um grupo de manifestantes usando um megafone e um boné do UAW em cima de uma plataforma de madeira colocada em um gramado.
“O nosso presidente optou por defender a justiça econômica e social”, disse o presidente do UAW, Shawn Fain, que falou na sequência do mesmo piquete. De acordo com comunicado da Casa Branca, o presidente junta-se ao piquete em solidariedade com os homens e mulheres do sindicato UAW enquanto eles lutam por uma parcela justa do valor que ajudaram a criar.
Na semana passada, o sindicato expandiu a greve contra a GM e a Stellantis em resposta ao que chamou de falta de progresso nas negociações das duas empresas. As ações das montadoras cediam na Bolsa de Nova York nesta terça-feira.
Participação histórica
Biden fez história ao se tornar o primeiro presidente em exercício do país a participar de uma manifestação grevista. O democrata afirma ser o presidente mais pró-sindicatos de todos os líderes que ocuparam a Casa Branca e, por isso, foi a Detroit (Michigan) a convite do presidente da United Auto Workers (UAW), Shawn Fain.
“Wall Street não ergueu este país. Foi a classe média. Foram os sindicatos. Isso é um fato. Vamos seguir em frente. Vocês merecem o que conquistaram. E vocês conquistaram muito mais do que estão sendo pagos agora”, acrescentou Biden.
O UAW iniciou sua paralisação em 15 de setembro em fábricas das três maiores fabricantes de veículos de Detroit (Ford, General Motors e Stellantis). Na semana passada, a paralisação se estendeu a 38 outros unidades de produção da Stellantis e da General Motors — a Ford está negociando com os grevistas.
O sindicato está exigindo aumentos salariais de 40% nos próximos quatro anos, a eliminação das diferenças salariais entre os trabalhadores das fábricas das mesmas empresas, mais garantias de segurança no emprego e a restauração dos subsídios que eles tinham até 2009, para compensar o aumento do custo de vida.