AFP – Ao escolher vários membros de uma consultoria privada de Washington para seu governo, Joe Biden alimenta uma polêmica sobre um sistema que permite a funcionários americanos de alto escalão trabalharem para grupos influentes entre uma administração e outra.
O próximo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Tony Blinken, a diretora de Inteligência dos Estados Unidos, Avril Haines, e a porta-voz do governo, Jen Psaki, trabalharam para a empresa WestExec Advisors.

O general Lloyd Austin, escolhido pelo presidente eleito para chefiar o Departamento de Defesa, não é apenas um conselheiro da WestExec, como também um dos diretores do fundo de investimentos da empresa, o Pine Island Capital Partners.
E, de acordo com a imprensa americana, Biden pensa em convidar outro conselheiro do WestExec, David Cohen, para ser seu diretor da CIA, a principal agência de Inteligência dos Estados Unidos.
Após quatro anos de denúncias de conflito de interesses contra Donald Trump, Biden foi criticado por recorrer a esta consultoria privada, que tem laços estreitos com a indústria de defesa.
“Agora cabe ao governo Biden e a esses candidatos mostrar que tomarão medidas prudentes para evitar qualquer conflito de interesses”, disse o diretor da ONG anticorrupção Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW), Noah Bookbinder.
Depois do desprezo de Trump pelas regras éticas, “espero que o próximo governo tire lições” disso, acrescenta.