REUTERS – O candidato democrata à presidência, Joe Biden, planeja neste domingo abordar o plano de seu rival, o presidente Donald Trump, de nomear um terceiro juiz para a Suprema Corte, consolidando maioria conservadora de 6-3, e um segundo senador republicano se opôs à ideia. O plano de Trump para preencher rapidamente a vaga criada pela morte na sexta-feira da juíza Ruth Bader Ginsburg atraiu críticas imediatas dos democratas, que observaram que em 2016 o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, bloqueou a votação de um nomeado democrata, dizendo que não era apropriado fazer aquilo em ano eleitoral.
A senadora republicana Lisa Murkowski disse neste domingo que se opõe à medida, tornando-se o segundo membro da maioria de 53-47 de McConnell a fazê-lo, depois de Susan Collins no sábado.
“Não apoiei a aceitação de uma indicação oito meses antes da eleição de 2016 para preencher a vaga criada pela passagem do juiz Scalia”, disse Murkowski em comunicado, segundo vários meios de comunicação dos EUA. “Agora estamos ainda mais perto da eleição de 2020 – menos de dois meses antes – e acredito que o mesmo padrão deve ser aplicado”.
O juiz Antonin Scalia, amigo próximo de Ginsburg, morreu em fevereiro de 2016, e McConnell bloqueou a votação do candidato do presidente democrata Barack Obama à Corte, Merrick Garland.
Trump disse no sábado que fará sua indicação esta semana e nomeou Amy Coney Barrett do 7º Circuito de Chicago e Barbara Lagoa do 11º Circuito de Atlanta como possíveis candidatas para preencher a vaga criada pela morte de sexta-feira da ícone progressista Ruth Bader Ginsburg .
A morte de Ginsburg acirrou a disputa eleitoral de novembro, energizando a base conservadora de Trump – ansiosa para ver o tribunal anular a decisão Roe v. Wade de 1973 que legalizou o aborto em todo o país – e apresentando novas complicações na batalha pelo controle do Senado dos EUA.