JSNEWS – As autoridades de imigração, em colaboração com a polícia estadual da Flórida, realiza uma operação de grande porte destinada a deter aproximadamente 800 imigrantes indocumentados residentes no estado, conforme noticiado pelo jornal Miami Herald e a Agencia EFE de noticias.
A iniciativa, denominada ‘Operação Marea Negra’ e conduzida pelo Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS), teve início na segunda-feira, 21 e está programada para se estender até sábado, 26, segundo o Miami Herald. As batidas policiais ocorrem nos condados de Miami-Dade e Broward, bem como nas cidades de Tampa, Orlando, Jacksonville, Stuart, Tallahassee e Fort Myers, conforme documentos citados pelo jornal.
Até quinta-feira, 24, não havia informações precisas sobre o número de pessoas detidas pelas autoridades migratórias. Os registros não especificam os critérios adotados pelo governo federal para selecionar os alvos, mas indicam que a operação visa “delinquentes ou infratores migratórios” com ordens de deportação já emitidas.
Liderada pelo governador Ron DeSantis, a Flórida posicionou-se como um dos principais aliados do governo do presidente Donald Trump em sua política de deportações em massa. Em fevereiro de 2025, DeSantis sancionou duas leis que intensificam as restrições aos imigrantes em situação irregular, facilitando a implementação da agenda migratória do presidente. Essas legislações estabelecem penas mais severas para crimes cometidos por imigrantes indocumentados, exigem maior rigor das autoridades locais na aplicação das leis migratórias e introduzem mudanças no controverso programa estadual de transporte de migrantes.
Adicionalmente, o estado autorizou a polícia a questionar o status migratório dos residentes, uma medida que tem gerado críticas por potencialmente incentivar a discriminação racial. Desde o início do segundo mandato de Trump, cerca de 230 agências de segurança pública da Flórida firmaram acordos 287(g), dos quais mais de 130 permanecem ativos. Esses acordos permitem que agentes locais atuem como autoridades de imigração, interrogando, prendendo e detendo indivíduos suspeitos de violar leis migratórias federais.
Um exemplo recente ilustra as consequências dessas políticas: na semana anterior à operação, Juan Carlos López Gómez, cidadão americano de 20 anos, foi detido por um agente da Patrulha Rodoviária da Flórida sob a suspeita de ser indocumentado. O jovem, passageiro de um veículo vindo da Geórgia, precisou comparecer perante um juiz e só foi libertado após sua mãe apresentar seu certificado de nascimento.
Reações no X sobre a Blitz
As reações no X à Operação Mare Negra, conforme observado em postagens até 24 de abril de 2025, refletem uma polarização significativa, com opiniões divididas entre apoio às medidas de deportação e críticas contundentes por questões humanitárias e de discriminação.
Apoio às deportações:
Alguns usuários, especialmente de inclinação conservadora, celebraram a operação como uma medida necessária para “restaurar a ordem” e combater a imigração ilegal. Comentários como “Finalmente, a Flórida está agindo contra criminosos ilegais! #MareaNegra” refletem o apoio à política de DeSantis e Trump.
Postagens elogiaram a colaboração entre autoridades estaduais e federais, destacando os acordos 287(g): “A polícia da Flórida fazendo o que Biden nunca fez: proteger nossas fronteiras”
Críticas e preocupações humanitárias:
Organizações de direitos dos imigrantes e ativistas denunciaram a operação como “desumana” e “discriminatória”. Um usuário escreveu: “Operação Mare Negra é uma caça aos imigrantes. Famílias estão sendo destruídas na Flórida” (@FLImmigrantRights).
A detenção de Juan Carlos López Gómez, um cidadão americano, foi amplamente citada como exemplo de abuso: “Um americano preso por ‘parecer indocumentado’? Isso é racismo puro. #MareaNegra”
Desinformação e confusão:
Algumas postagens confundiram a Operação Mare Negra com a série de TV homônima, um drama sobre narcotráfico (Operación Marea Negra, Amazon Prime). Usuários perguntaram: “Por que estão falando de uma série como se fosse real? #MareaNegra”. Isso indica que o nome da operação pode estar gerando mal-entendidos online.