COM G1 /ESTADO/EBC
O presidente afirmou na ONU que seu governo tem política de “tolerância zero” com a criminalidade, o que inclui crime ambientais. Bolsonaro ressaltou que a Amazônia não é consumida pelo fogo.
“Ela [Amazônia] não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia. Cada um de vocês pode comprovar o que estou falando agora”, declarou.
Segundo Bolsonaro, o Brasil tem 61% do território preservado e utiliza 8% das terras para produzir alimentos, enquanto França e Alemanha, conforme ele, usam 50% de suas terras.
Bolsonaro ainda afirmou que a ONU “não pode aceitar” o retorno do que considera uma “mentalidade” colonialista e declarou que iniciativas de ajuda ou apoio à preservação da floresta e de outros biomas deverão respeitas a soberania brasileira.
“Quero reafirmar minha posição de que qualquer iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da floresta amazônica, ou de outros biomas, deve ser tratado em pleno respeito à soberania brasileira. Estamos prontos para, em parcerias e agregando valor, aproveitar de forma sustentável todo o nosso potencial”, disse.
Terra indígena
Bolsonaro afirmou no discurso que não ampliará o percentual do território brasileiro com terras indígenas e disse que a “visão de um líder” não representa o pensamento de todos os índios do país.
“Quero deixar claro: O Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de estado gostariam que acontecesse”, afirmou.
Bolsonaro também disse que, “muitas vezes”, líderes indígenas como o cacique Raoni, são “usados como peça de manobra” por governos estrangeiros. Ele não citou quais seriam os governos, contudo, recentemente Raoni se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron.
“A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes, alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”, afirmou Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, pessoas dentro e fora do Brasil, com apoio de organizações não-governamentais, “teimam em tratar e em manter” os índios brasileiros “como verdadeiros homens das cavernas”.
“O Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses em 1.500. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terá rica”, afirmou.
Bolsonaro deu como exemplo de grandes extensões de terras indígenas demarcadas a Raposa Serra do Sol e a Yanomami. Ele ainda citou interesse estrangeiros nas riquezas minerais do Brasil, como ouro, diamante e nióbio.
“Os que nos atacam não estão preocupados com o ser-humano índio, mas, sim, com as riquezas minerais e biodiversidade existentes nessas áreas”, disse.
O presidente ainda defendeu uma “nova política indigenista” no país a fim de buscar “autonomia econômica” dos indígenas.
“O ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos indígenas representam o atraso, a marginalização e a completa ausência de cidadania”, afirmou.
Socialismo que deu certo é na Venezuela
Bolsonaro fez críticas ao socialismo no discurso e disse que o Brasil esteve muito próximo, em governos passados, de se tornar um país socialista, em uma alusão às gestões do petistas.”No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuindo o desemprego, a violência e o risco para os negócios, por meio da desburocratização, da desregulamentação e, em especial, pelo exemplo esteve muito próximo do socialismo”, disse.
Neste contexto, o presidente também criticou, de forma irônica, a eficiência do regime de Nicolás Maduro na Venezuela – o Brasil está entre os países que reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente do país.
“A Venezuela, outrora um país pujante e democrático, hoje experimenta a crueldade do socialismo. O socialismo está dando certo na Venezuela? Todos estão pobres e sem liberdade”, afirmou.
Bolsonaro lembrou o êxodo migratório de venezuelanos, que nos últimos anos tiveram entre seus destinos o Brasil. O governo brasileiro executa uma operação de acolhida, citada no discurso pelo presidente.
O presidente disse que, junto com EUA e outros países, o Brasil trabalha para restabelecer a democracia na Venezuela, sem deixar de ser empenhar “duramente” para que outros países da América do Sul tenham governos similares.