O presidente Jair Bolsonaro autorizou na quinta-feira, 20, o emprego das Forças Armadas para tentar conter a crise na segurança pública no Ceará em razão da greve de policiais e bombeiros militares. A tensão subiu de grau na quarta-feira 19, quando o senador Cid Gomes (PDT-CE) levou dois tiros ao tentar invadir, pilotando uma retroescavadeira, um quartel com policiais militares amotinados em Sobral, no interior do estado.
A tentativa de invasão do quartel aconteceu ao fi m de uma carreata de Cid por Sobral, reduto do clã Ferreira Gomes e cidade particularmente afetada pelo motim dos policiais. O senador levou um tiro na clavícula e outro no pulmão. O último boletim médico, divulgado pelo Hospital do Coração na manhã da quinta-feira, afirma que Gomes recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que seu estado de saúde é estável.
O decreto é assinado por Bolsonaro e pelos ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e General Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e prevê que as Forças Armadas fi quem na cidade até o dia 28 de fevereiro. O instrumento usado, chamado GLO (Garantia da Lei e da Ordem), já foi usado em outros estados em momentos de deterioração da segurança pública local.
O apoio havia sido pedido pelo governador do Estado, o oposicionista Camilo Santana (PT), aliado de Cid Gomes e de seu irmão, o ex-governador Ciro Gomes. Na terça-feira, 19, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, já havia autorizado o envio da Força Nacional de Segurança Pública “para colaborar com as forças de segurança estaduais na garantia da lei e da ordem”.